13 anos: eis que o blog da Malla torna-se um adolescente.
E anda mesmo nesta vibe, com diversas transformações e posts em ebulição, numa típica montanha russa digna de um teen de verdade. Mudanças transformadoras virão – adolescência, afinal. Mas não se preocupem: a dose de rebeldia será no estilo Malla de sempre. Ou seja, pacata. 🙂
Posso dizer que os rumos do mundo – em muitos casos de um radicalismo adolescente – têm transformado a forma como lido com a internet. No mar de lama e caos, nutro entretanto as coisas que me trazem garantias de sorrisos no rosto ou de boas conversas, entre elas este cantinho virtual.
Retomando as viagens
Depois de 2 meses de hibernação, decidi em março voltar a escrever com frequência. Comecei reabrindo a Sexta Sub. E com ela portanto veio junto a empolgação para escrever mais e mais sobre as minhas viagens reais, virtuais e na maionese, além das viagens saudosas, que se acumulam ao longo dos anos no caderno de rascunhos.
Vamos a uma retrospectiva geralzona deste 2016-2017, o 12º ano do blog da Malla. Um ano de emoções intensas – prelúdio da adolescência que chega, talvez.

Viagens reais
Neste ano que passou de blogagem, fiz viagens sensacionais com guias maravilhosos. Realizei um sonho acadêmico-científico de ver a sala da premiação do Prêmio Nobel. Conheci a famosa costa do coral de Alagoas e tive a oportunidade de ir (de novo!) à documenta de Kassel.
Mas NADA se compara à viagem mais incrível que fiz em junho-julho ao sul da África, com direito a muuuuitos bichos, onde realizei meu sonho de décadas de conhecer a Namíbia – e pude estender no topo das dunas de Swakopmund olhando o oceano Atlântico em toda sua magnitude, como vi tantas vezes na minha adolescência em reportagens e propagandas de TV. De quebra, ainda fiquei na janelinha espiando um desbunde de paisagens absurdamente surreais, num vôo que se tornou eterno no meu coração. A Namíbia, aliás, me arrebatou por completo.
Resultado: já penso em voltar.
Viagens virtuais
As viagens virtuais também foram intensas. A maior alegria virtual que tenho é compartilhar minha paixão pelo Havaí com todos por aqui, e fico mais feliz ainda quando recebo um feedback e percebo que consegui plantar a sementinha deste lei de aloha em outras pessoas. Para ajudar nesta espiral positiva, tenho me esforçado para que os posts sejam um pouco mais estruturados, com notícias atuais e sugestões diferentes para quem visita o estado do arco-íris.
Neste ínterim, escrevi várias dicas de mergulho e snorkel no Havaí, porque afinal água salgada é o que me move. Publiquei também finalmente o guia de hotel em Maui (os da Big Island e do Kauai estão na fila para qualquer dia desses). E aproveitei para facilitar a viagem de muita gente com uma lista de melhores vôos para o Havaí e da melhor sequência de visita às ilhas. Morri de amores pela foca-monge havaiana que deu à luz em plena Waikiki – o bairro com o qual todos nos preocupamos durante as múltiplas marés super-altas deste ano. Garimpei este vídeo delicioso de como era uma viagem ao Havaí em 1924 e divaguei sobre o infra-som emitido pelo vulcão Kilauea. Enfim, viagens virtuais havaianas que se expandiram com a consolidação da minha empresa de turismo.
E, em junho de 2017, o momento mais emocionantemente havaiano de um ano cheio de emoções. A canoa Hokuleʻa chegou de sua jornada pelo mundo, redefinindo o sentido de estar/ser havaiano, e compartilhando com todos um mar de ações bacanas em prol dos oceanos – ações estas urgentes, por sinal.
Viagens na maionese
Já as viagens na maionese… Ah, estas não param nunca, né? Tubarões non-stop, óbvio ululante. Mas também me dediquei a (tentar) ler mais livros (uma das resenhas compartilhei no blog; outras estão na fila) e tive duas experiências cinematográficas inesquecíveis neste ano. Assisti ao Dekalog do Kieslowski em um dia e à premiere mundial de Chasing Coral com alguns dos cientistas do filme. Também adorei Before the Flood e, na caravana das discussões ecoconscientes, comecei a apalpar um assunto de viagem necessário, o turismo sustentável e seu preço em vários sentidos. Ainda leio muito, reflito sobre o tema e aos poucos compartilharei aqui mais ideias e caraminholas.
E há ainda um lugar especial no meu coração blogueiro para as viagens da memória. Aquelas viagens reais que aconteceram há alguns anos, mas que viram post no ritmo da maré calma deste blog. Neste ano que passou, compartilhei minha paixão sem limites pela paisagem da Île des Pins na Nova Caledônia, outro lugar para voltar quando puder. E pelo Bauhaus Archiv, meu pequeno museu predileto. Outras memórias relembradas foram meu roteiro por Gotemburgo na Suécia passando pelo Kuggen, a visita ao Messner Mountain Museum nos alpes italianos, ao Museu do Azulejo em Lisboa, a curiosa máquina de água gasosa (e de vinho…) na Itália, e o café mais delicioso de Hanoi, o egg coffee.
Em termos de viagens da memória, ainda tenho uma listinha com 77 possibilidades de post. Quem sabe então nos próximos 13 anos de blogagem eles vêem a luz da internet… Sem pressa, pois tudo nesta URL é feito v-a-g-a-r-o-s-a-m-e-n-t-e.

E o futuro?
E quando me perguntam:
“Escrever 13 anos em blog… Não dá um desânimo?”
Gente, desânimo me dá de lavar a louça da janta. Mas de escrever sobre assuntos que eu adoro? Algo me diz que ainda vai enfim demorar um pouquinho para o desânimo aparecer. 🙂
E, seguindo a razão, que comece a adolescência do blog!
Tudo de bom sempre às viagens de uma Malla pelo mundo.