Em Molokai, a ilha amigável ou “friendly isle” no Havaí.
Assim é (des)conhecida esta ilha do Havaí vizinha a Oahu, pertencente ao município de Maui e com tanta história e tradição nas suas montanhas e praias. Do antigo leprosário de Kalaupapa aos penhascos mais altos do mundo, passando pelos mais tradicionais viveiros de peixes dos ancestrais havaianos, Molokai esconde diversas passagens para a gente se enveredar enquanto a visita. Molokai é um paraíso para quem curte a vida no passado.
A ilha, aliás, parece parada no tempo.
Para incrementar ainda mais a série de roteiros nas principais ilhas havaianas, a ausência de Molokai retumbava na minha cabeça. A menos turística das ilhas do Havaí, Molokai parecia estar ali, ao meu alcance. Afinal, em dias claros, a gente vê Molokai ao horizonte da praia de Sandy’s em Oahu.
Até que finalmente fomos passar 3 dias por lá – e voltamos de novo um tempo depois. O resultado compilado destas duas idas a Molokai é este roteiro de 3 dias em Molokai. Compartilho aqui para quem também quiser se aventurar por esta ilha encantadora e pacata.
Enjoy! 🙂
Informações Básicas
Principais atrações
Para mim, três atrações se destacam em Molokai.
Em primeiro lugar, os penhascos incrivelmente altos da costa norte, visíveis apenas por passeio de helicóptero ou na visita a Kalaupapa.
Em segundo lugar, a visita ao vale de Halawa e à praia de Halawa, que são sensacionais.
Por último, qualquer atividade aquática em que você possa ver o recife de coral da ilha. Ou apreciar a quantidade enorme de baleias que ficam por ali no inverno.
Portanto, este roteiro tenta privilegiar estas atrações, que considero as mais interessantes da ilha.
Vibe geral de Molokai
Molokai é ultra-hiper-super-tranquila. A mais tranquila das ilhas havaianas, pra ser sincera. Aqui, qualquer coisa que gere stress não tem vez. A ilha vive no ritmo do vai e vem das ondas, sem hora pra nada. Parece, aliás, que todo mundo que mora ali esqueceu da existência do relógio.
O celular até pega, mas em diversos pontos da ilha o sinal é péssimo. E quem quer mesmo se preocupar com celular em Molokai…?
A “cidade” de Kaunakakai, a maior da ilha, é um pequeno vilarejo de poucas ruas. As demais cidades são menores ainda. Portanto, não espere muitas opções para nada…
Como chegar
Visitar Molokai requer uma certa ginástica de planejamento. Há poucos vôos para o aeroporto de Ho’olehua, o principal da ilha. E os vôos são em aviões de hélice bem pequenos e apertados. Portanto, pouca bagagem é crucial.
As empresas que voam para lá saindo de Honolulu são ‘Ohana (pertencente à Hawaiian Airlines), a Mokulele Airlines, e a Makani Kai Air. A Makani Air é a única que voa também para a pista de pouso de Kalaupapa e que faz vôos fretados para este local.
Onde ficar
Kaunakakai
Molokai tem apenas um hotel na cidade de Kaunakakai, o Hotel Molokai, e um condomínio para temporada chamado Castle Molokai Shores.
O Hotel Molokai é simples e arrumadinho, um ótimo custo-benefício. Além de ter um restaurante/bar pé na areia que te presenteia com um pôr-do-sol de tirar o fôlego da gente mil vezes, talvez o mais lindo que já presenciei no Havaí. Quando fomos reservar, eu queria ficar em Kaunakakai por causa da localização mais central. Só que o Hotel Molokai já estava lotado. Então terminei ficando num studio que achei no AirBnb. Interessantemente, o studio ficava dentro de uma das cabanas do Hotel Molokai. E isso é comum, pois da outra vez que fomos aconteceu a mesma coisa.
Kepuhi
Além de Kaunakakai, em Kepuhi, na costa oeste, existem alguns condomínios com cara de decadente, como se fossem empreendimentos imobiliários que não deram certo. Entretanto, basta abrir o AirBnb para ver que diversas opções de hospedagem estão ali.
Para quem escolhe ficar neste ponto, minha dica é: estoque seu apartamento com tudo que precisa para uma estadia agradável. Em Kepuhi, você estará longe de Kaunakakai e não tem praticamente nada, só uma loja de conveniência para emergências. Entretanto, se você quiser refúgio completo e esquecer da vida, ficar neste ponto é a melhor opção.
Transporte
Sem alugar um carro, você não conhece Molokai direito. A ilha não tem transporte público nem über. Táxi é muito caro. Portanto, é fundamental ter um carro para conhecer os principais pontos. A única locadora da ilha é a Alamo. Entretanto, há ainda a possiblidade de alugar por empresas locais menores.
Só alugue jipe ou 4×4 se você for fazer a trilha do Kamakou Preserve ou tentar conhecer as praias do sudoeste. Caso contrário, um carro econômico funciona perfeitamente.
O preço do combustível é um dos mais caros do Havaí, portanto prepare o bolso.
Onde comer
Molokai não tem muitas opções de restaurantes. Mais importante ainda: tudo é muito simples, sem frescura.
Em Kaunakakai, a padaria do Kanemitsu é parada obrigatória para o café da manhã reforçado – e para um pão de banana caseiro delicioso. Outro lugar bacaninha de café da manhã é o Hula Bean Cafe, na Mohala St. no centro de Kaunakakai. O ambiente é aconchegante e o café forte faz a diferença.
O Molokai Burger é uma lanchonete simpática que vende sanduíches e pratos feitos. Fica numa casa de madeira pintada em verde no centro de Kaunakakai – impossível não ver. Os hambúrgueres são bem gostosos, principalmente depois de um dia inteiro nas águas de Molokai.
Outro favorito da ilha é o Molokai Pizza Café. Como o próprio nome diz, sua especialidade são pizzas. Mas não se engane: os outros itens do menu também valem a pena. É no Molokai Pizza Café que você encontra boa parte das famílias locais.
Happy hour
A vida noturna é praticamente inexistente em Molokai. A única opção no centrinho de Kaunakakai é o Paddlers Bar & Restaurant. Tem música ao vivo e drinks muito bons. Provei um Elderflower Spritz que foi perfeito. As porções são substanciais e o menu tem de tudo um pouco. O peixe é fresquíssimo.
Caso você esteja a fim de happy hour de frente pra praia, a melhor opção é no restaurante Hale Kealoha, que fica dentro do Hotel Molokai. Dali, sentado em uma mesa olhando a pacatíssima praia em frente com um maitai na mão, você pode realmente se sentir no paraíso na Terra. E ver um por-do-sol amarelo fogo excepcionalmente lindo.
Dia 1 – Praias de Molokai
Chegando de manhã cedo em Molokai, a primeira providência é pegar o carro na locadora do aeroporto e rumar em direção a Kaunakakai.
De lá, já façam uma parada para tomar um café da manhã em Kaunakakai, a maior (e única) cidade da ilha. As opções são caseiras, cheias de spam musubi e pão de banana. O café reforçado da padaria do Kanemitsu, parada tradicional dos moradores, é o mais recomendado. Aos sábados, ainda rola feirinha de artesanato, doces e afins em frente à Biblioteca Pública. Vale dar uma andada básica para ver as artes locais.
Pela Highway 450
Em nossos dias em Molokai, assim que chegamos e deixamos nossa bagagem no studio, decidimos explorar a Highway 450. Esta estrada vai pela costa sul, ligando Kaunakakai até o vale de Halawa, no extremo leste da ilha.
A estrada passa por diversos beach parks, muitos deles repletos de coqueiros. O primeiro deles é o One Alii Park, com um coqueiral delicioso de frente pra ilha de Lanai. Além de muita área para piquenique.
À beira da estrada, também passamos por tradicionais viveiros de peixes antigos ou loko i’a, em havaiano. Molokai é a ilha que melhor preservou estes viveiros havaianos na costa. Alguns são enormes, outros parecem um puxadinho no fundo do quintal de alguém. Mas sempre construídos da maneira mais tradicional possível.
O Vale e a Praia de Halawa
A estrada depois da milha 19 começa a ficar mais estreita e com mais curvas. Margeia bem de perto a praia, até que em dado ponto entra para uns campos com gado e montanhas.
Nesse pedaço, temos algumas vistas dentre as mais espetaculares de Molokai. Como a cachoeira de Mo’oula, no Vale de Halawa. Ou o lado oeste da ilha de Maui.
Ou ainda o riozinho que desemboca na praia de Halawa. Aliás, já considero esta última uma das praias mais lindas do Havaí inteiro (vou precisar atualizar minha lista…).
O dia de nossa visita estava lindo. Aproveitamos que estávamos praticamente sozinhos em Halawa para curtir a praia só nossa. E que praia!!!
Depois de nadarmos por pelo menos uma hora, pegamos a estrada de volta. A estrada 450 termina em Halawa e para voltar à Kaunakakai não há outra opção: meia-volta volver.
Trilha cultural no Halawa Valley
Para quem curte fazer trilha, o caminho que leva à cachoeira de Halawa é uma boa opção de atividade. Mas atenção: esta trilha cultural super-autêntica só pode ser feita acompanhada de um guia local, pois atravessa uma propriedade particular. Apenas a família proprietária da terra tem permissão para se adentrar na área.
E, sinceramente, você quer ir com o guia. Porque, por ser um tour cultural, ele conta várias histórias do Havaí antigo. Afinal, o vale de Halawa foi um ponto importante da história polinésia. Foi um dos primeiros pontos onde os antigos navegadores do Pacífico se estabeleceram para formar a civilização havaiana. No auge de sua comunidade, moravam ali mais de 1000 pessoas.
Para quem se aventura nesta trilha, o grupo de hiking sai às 7:30 da manhã todos os dias, e custa $60 dólares por pessoa.
A trilha começa perto da igrejinha fofa de Ierusalema Hou, que fica ao final da highway 450.
Em Maunaloa
De volta pela highway 450, passamos Kaunakakai e fomos na direção de Maunaloa. Esta cidade fica no outro extremo da ilha, fora da costa, no fim da highway 460. Maunaloa é uma cidadezinha “de montanha” em Molokai, no meio do platô seco central que cobre a ilha. A vibe é de cidade-fantasma, embora obviamente pessoas ainda morem por ali. Uma loja de souvenirs fica aberta para os raros visitantes.
Praias do Oeste
Como não há muita coisa acontecendo em Maunaloa, o ideal é seguir na direção da costa oeste, onde fica a praia de Kepuhi, considerada uma das mais selvagens do Havaí.
No verão, em alguns dias mais calmos dá pra fazer snorkel em Kepuhi. Já no inverno, a praia não costuma ser mansinha, pois está de frente para o canal que separa Molokai de Oahu. Este canal tem uma corrente super-puxada.
Ao invés de se aventurar na água, portanto, faça a trilha pela beira da praia até a baía de Kakaako. A praia é linda, e existem grandes chances de você esbarrar com uma foca-monge havaiana, animal endêmico e ameaçadíssimo de extinção. Afinal, elas adoram aquele pedaço da ilha.
Depois de fazer esta trilha, pode continuar sua excursão pela Pohakuloa Road até as praias mais ao sul de Kepuhi. A praia de Papohaku é também conhecida como 3-Mile Beach, por ter uma extensão de areia enorme em linha reta. (Tipo Torres, no RS.) O parque desta praia também é enorme, rodeado de árvores frondosas e com muitas mesas de piquenique.
Dica fundamental: estas árvores da praia de Papohaku têm espinhos nos galhos, e estes espinhos carregados pelo vento se espalham por todo o gramado e areia da praia. Nem invente de ficar descalço ali, quem avisa amigo é.
A última parada desta estrada vicinal é a praia de Kapukahehu. Esta praia fica na saída de um riacho, portanto a água não é das mais clarinhas. Mas a paisagem isolada é incrível, e vale a visita para apreciar o contraste da terra vermelhíssima com o mar azul de Molokai.
Off-road nas praias do sudoeste
Para aqueles que curtem off-road intenso, saindo de Maunaloa é possível pegar uma estrada de terra ruim e chegar até algumas praias do lado sudoeste. Este é um lado bem “selvagem” da ilha de Molokai, portanto ideal para aventureiros exploradores.
A estrada é barrenta, portanto não encare se estiver chovendo. Porque é atolamento na certa.
Ali fica a praia de Haleolono, que tem uma marina sem nenhuma infra-estrutura – esqueça banheiros e chuveiros.
Em geral, as praias do sudoeste de Molokai são pedregosas, belas e totalmente vazias. Vale se arriscar.
Dia 2 – Nas águas de Molokai
Comece o dia beeeeem cedo. Afinal, é fundamental em Molokai fazer um passeio de barco com a Molokai Fish & Dive, única operadora que oferece passeios de snorkel, mergulho autônomo e avistagem de baleias em Molokai. A avistagem é feita no inverno, apenas.
O barco da operadora sai do píer principal de Kaunakakai. Que, por sua vez, é um dos poucos pontos de referência da cidade, impossível não ver.
Snorkel em Molokai
Em primeiro lugar, vale ressaltar que dá pra fazer snorkel por conta própria em diversos pontos de Molokai. Principalmente nas baías calminhas. Mas você precisa estar acompanhado. Afinal, lembremos a regra número 1 de atividades aquáticas: não se adentre no mar sozinho.
O litoral sul da ilha é lindíssimo e pouco habitado, com um mar azul de encher os olhos. Portanto, basta escolher algum ponto desta costa, considerada a melhor para ver a vida marinha de Molokai, e tentar fazer um snorkel. Já tinha lido que a área próxima à milha 19 era a melhor da ilha. Então quando fomos, paramos o carro na baía de Honoulimalo’o e caímos na água.
Realmente, não dá pra comparar Molokai com o resto do Havaí. Afinal, em Molokai, o recife de coral está ainda muito saudável. Muitos peixes típicos e até dois tubarões apareceram durante nosso snorkel para dar um “oi” básico.
Em outra de nossas visitas a Molokai, fizemos o snorkel indo de barco até a costa sul na direção oeste. O local do snorkel foi perto de uns manguezais sem acesso por terra, que é uma reserva marinha de proteção.
Ali fica o point de Turtle Canyon, verdadeira rodovia de tartarugas. São muitas tartarugas verdes num point só! O coral ali ainda está belíssimo, saudável e rico. A paisagem submersa forma diversos pequenos cânions, cada um mais cheio de peixe que o outro. Um dos melhores points de snorkel do Havaí, simplesmente imperdível!
Mergulho de scuba em Molokai
Caso queira fazer mergulho de scuba, a mesma operadora Molokai Fish & Dive oferece passeios, por US$145 por mergulhador.
Em nossa segunda visita a Molokai, passamos o dia fazendo scuba. Foram dois mergulhos na costa sul indo na direção leste. O primeiro point foi o The Wall, que praticamente é a parede de corais de um blue hole natural em Molokai. O segundo mergulho foi no point B.F. Turtle, uma estação de limpeza de tartarugas no meio do recife de coral. Sem brincadeira, vi 12 tartarugas num só mergulho, simplesmente inacreditável!
Como Molokai tem alguns dos corais mais saudáveis do Havaí inteiro, é uma excelente oportunidade de passeio para quem tem certificação de mergulho autônomo. Eu amei cada segundo embaixo d’água. (E os mergulhos são fáceis, bem disney dive.)
Entre flores, pombos ou café
Depois da atividade nas águas de Molokai, o ideal é aproveitar o restinho da tarde e do dia para tentar achar a casa do veterano militar Clay Adachi. Adachi cuida de centenas de pombos coloridos – o Molokai Rainbows. Ele fornece o serviço de liberar os pombos para festas, casamentos e memoriais.
Só que no fim de semana em que estávamos lá, nenhuma festa estava no calendário. Portanto, nós simplesmente batemos na porta dele e perguntamos se podíamos ver os pombos. Como os animais precisam voar todos os dias um pouco, ele os soltou pra gente admirar o espetáculo. E que espetáculo! É diferente, sem dúvida alguma.
Outra possiblidade interessante de passeio é visitar a fazenda de jasmins (ou plumérias) da Molokai Plumerias, próxima ao aeroporto de Hoolehua. Esta fazenda funciona até às 17h de segunda a sexta-feira. Ali, também é oferecido um curso rápido para aprender a fazer leis, os famosos colares de flores havaianos.
E, para os cafeinômanos como eu, há ainda a visita ao Molokai Coffee Plantation. A lojinha vende grãos de café produzidos na ilha. Com direito a provinha especial. Gosto e cheiro de roça. 🙂
Alugue seu carro em Molokai pela RentCars. Pagamento sem IOF.
Marque seu passeio no Havaí pela Hawaii Activities. Pagamento em real.
Proteja sua viagem a Molokai com os Seguros Promo.
Dia 3 – Kalaupapa e os Penhascos de Molokai
O terceiro dia de viagem pode ser dedicado a visitar a Península de Kalaupapa. Esta península está localizada na impressionante costa norte da ilha de Molokai. Chega-se até lá de avião, fazendo a trilha à pé (são cerca de 5 km de trilha, 500 metros verticais e 26 ziguezagues) ou descendo de mula.
Quem organiza a excursão de mula ou o passeio aéreo é a Kalaupapa Mule Ride, que fica na estrada 470, em Kalawao. O passeio de mula sai em torno das 8 da manhã e dura até as 15:00. A volta (subida) é mais rápida que a ida (descida).
Passeio de mula até Kalaupapa
Em Kalaupapa ficava o antigo leprosário havaiano. Foi dali que saiu o Padre Damião, recentemente canonizado pelo Vaticano. A história da península é muito interessante. Vale escrever um post inteiro dedicado a este local inesquecível e fundamental de Molokai.
Mas, enquanto o post não sai, deixo aqui algumas informações. A primeira é a mais frustrante de todas: o passeio de mula para visitar Kalaupapa no momento está temporariamente suspenso. Depois de uma chuva torrencial recente, uma das pontes de madeira da descida caiu. Estão reconstruindo e a previsão é de que no início de 2020 o passeio volte a ser oferecido. #oremos
Portanto, no momento, o único jeito de visitar a península de Kalaupapa é por um tour aéreo pousando na pista de Kalaupapa, que a mesma empresa oferece.
Entretanto, caso o passeio de mula já esteja operando de novo, vale saber também que ele não acontece aos domingos. As mulas são bem tranquilas, mas como o penhasco é muito íngreme, uma certa resistência física para conseguir andar no lombo de uma mula por várias horas em terreno acidentado é necessária. Portanto, pessoas com problemas de coluna são desencorajadas do passeio. Para a descida na mula, sugiro calça jeans e uma blusa de manga comprida de malha leve, apenas para não se arranhar no mato das laterais da trilha.
Em Kalaupapa
Assim que saímos da trilha de descida do penhasco, chegamos à praia principal de Kalaupapa. Esta praia é bravíssima o ano todo. É proibido chegar a Kalaupapa de barco, a não ser que você tenha uma permissão especial. Portanto, não é possível se aventurar naquele mar em hipótese alguma.
Quando chegamos na península, um ônibus nos pega para o tour pela vila de Kalaupapa. Ali estão a igreja construída por Padre Damião e o escritório de informações turísticas do Parque Histórico Nacional de Kalaupapa. Aos aficionados, dá pra carimbar o passaporte com o “visto” de Kalaupapa.
O ônibus atravessa a península, passando pela igreja de Santa Filomena. Nesta igreja foi inicialmente enterrado Padre Damião (seu corpo depois foi transferido para a Bélgica, sua terra natal). A igreja é pequena e simpática, isolada do mundo.
Nesta região mais central de Kalaupapa fica a cratera de Kalawao. Almoçamos no mirante de Kalawao, que tem uma das vistas mais lindas do Havaí. A vista é dos penhascos costeiros de Molokai, os mais altos do mundo. Não dá pra explicar o quão impressionante de lindo é esse pedaço da ilha – vá e veja.
Vista cênica de Kalaupapa e a Pedra Fálica
O passeio a Kalaupapa costuma terminar no meio da tarde, portanto ainda sobra um tempinho para fazer uma visita rápida (20 minutos no máximo) ao Kalaupapa Lookout.
Este ponto cênico fica ao final da rodovia 470, dentro do Parque Estadual de Pala’au. Do estacionamento, uma trilha super-fácil leva até o lookout, de onde a gente vê a Península de Kalaupapa por inteiro. A vista é espetacular.
A trilha do lookout se bifurca logo no começo. Para o outro lado, no final da trilha, a gente chega na Pedra Fálica, ou Kaule o Nanahoa – que significa o “pênis de Nanahoa”. O nome é auto-explicativo. 🙂
Esta formação natural é sagrada aos havaianos. Representa o amor e a fertilidade. Portanto, nada de sentar ou subir nela. Mas pode deixar umas flores para mantê-la ereta. 😀
Para ver os penhascos de Molokai
Os penhascos de Molokai são, sem dúvida, a atração natural mais espetacular de Molokai. São os mais altos do mundo, afinal (mais altos que os do Kauai). Entretanto, tirando esse pedacinho dos penhascos que a gente vê do mirante de Kalawao, a única maneira de ver o quão impressionante são estes penhascos à beira-mar é do ar. Um passeio de helicóptero, portanto, é fundamental.
Dito isso, em Molokai não há passeios comerciais de helicóptero. A opção possível é fazer um dos passeios de helicóptero oferecidos em Maui, que saem do aeroporto de Kahului e vão até a costa norte de Molokai. Este passeio é dos mais espetaculares que já fiz no Havaí. Recomendo MUITO.
Uma curiosidade
Se você estiver em Molokai durante a semana, quando os correios estão abertos, não deixe de passar na agência deles. Afinal, ao invés de cartão postal, você pode enviar dali um côco de Molokai como souvenir. É o “post-a-nut”, sem dúvida uma proposta inusitada de lembrança local. 🙂
Concluindo Molokai
A visita a Molokai marca a gente. Principalmente pelas paisagens espetaculares e inóspitas da ilha e pela sensação de estar explorando tudo sozinho… Sem turistas, sem carros, só o vento e o barulho das ondas. E 3 dias são mais que suficientes para ver tudo interessante que a ilha oferece.
Mas mais que as paisagens, visitar Molokai é como voltar ao Havaí do passado. Um Havaí tão nostálgico quanto acolhedor. E o melhor: totalmente relax.
Tudo de Havaí sempre.
P.S.
Meus outros roteiros pelo Havaí:
Se este post lhe ajudou no planejamento da sua viagem para Molokai e você gostaria de contribuir para a manutenção deste site… Use este link. Ou então organize sua viagem ao Havaí usando os banners e links dos afiliados do blog que estão nesta página. Recebo uma microcomissão a partir destes links e esta verba é toda revertida na manutenção deste site ativo. Desde já, agradeço seu interesse e colaboração!
Booking.com