Nas últimas semanas, fiz alguns passeios e baladas pela cidade que merecem ser mencionadas, apenas para meu registro pessoal. Eis os 5 “eventos” que marcaram meu fim de inverno na capital:
1) Show do Yamandu Costa – Leio na seção “Grátis” do caderninho de cultura do Jornal da Tarde (versão papel) que meu ídolo número 1 do violão iria tocar gratuitamente. O endereço era estranho, um teatro no Itaim. Mas como sou fã, liguei para saber como seria o esquema de distribuição de ingressos (já perdi as contas de quantos shows gratuitos excelentes perdi ultimamente por chegar atrasada) e fui anyway. Não podia ter sido melhor. Na realidade, o teatro Décio Almeida Prado, que fica dentro de uma escola municipal do Itaim, estava sendo reinaugurado com esse show do Yamandu. Tinha uma fita na entrada para ser cortada por uma autoridade (no caso, foi o Secretário da Cultura do Estado). Sobre o show, desnecessário muitos comentários: Yamandu é rei. E eu estava na 2ª fila para sentir cada acorde profundamente. Acabado de chegar do Canadá, estava ainda abalado com a morte recente de Dorival Caymmi. Para homenageá-lo, entrecortou todas as músicas do show com músicas do Caymmi. “Sampa” versão Yamandu com acordes de “Saudade da Bahia” é o mais próximo que meus ouvidos podem chegar do êxtase completo. Foram quase 2 horas de magia e simpatia – Yamandu conversava com o público como se estivesse numa roda de chimarrão. E na saída, a última surpresa que a cidade poderia dar: um coquetel de reabertura do teatro, com quitutes maravilhosos e champanhe à vontade. Eu me perguntei por que mais pessoas não estavam ali também, já que o evento fora anunciado em jornal comum (foi assim que eu achei, ué). Mistérios da Paulicéia.
2) Show do Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra – No Studio SP, a convite do Gravataí. Presentes também Juju, Pat, Tuca e Ana. O show foi simplesmente sensacional. Arnaldo pertíssimo do público, cantou só músicas lado B da sua carreira, em arranjos diferentões. Destaque para “Judiaria” que eu adoro e ficou nota 10 com o efeito vocal do Scandurra, e para “O Buraco do Espelho”, que sempre me assombra. Na saída do Studio SP, a decepção e raiva: quase fomos literalmente esmagados pela desorganização e falta de educação dos seguranças da casa. Local devidamente riscado das minhas atividades noturnas paulistanas.
3) Visita ao Embu – Já tem mais de 1 mês que fui de sopetão passar uma tarde de sábado na cidade do Doni. Eu não conhecia Embu das Artes e achei uma delícia só. A feirinha é interessante, cheia de quinquilharias deliciosas, e o clima todo da cidade no fim de tarde é agradável. As lojas de artesanato e decoração têm preços um pouco salgados, mas se eu estivesse atrás de objetos interessantes para pôr na minha casa, com certeza teria me fartado por lá. Fotograficamente, a cidade também oferece ótimos ângulos – que não consegui explorar direito, já que estava só com a minha snapshot.
Rua do Embu das Artes, com um sambinha animado num bar da pracinha central.
4) Adventure Fair 2008 – A feira da Aventura, evento gigante lá no Centro de Exposições da Imigrantes que aconteceu semana passada, que fiquei sabendo pela Lyanne lá no BlogCamp. Reuniu os grandes nomes do ecoturismo e turismo de aventura do país. Fui um dia apenas e fiquei impressionada com a preocupação em reciclar/reutilizar do evento inteiro – embora ainda ache extremamente contraditório ver stands de carros do tipo SUV como opção de turismo consciente. Havia um stand da Secretaria de Turismo de São Paulo onde um livrinho tipo “Passaporte de Trilhas” estava sendo vendido: basicamente um guia completo das trilhas de todos os parques do estado, com fotos e descrições várias. Excelente compilação. Tinha também um tanque de mergulho e números stands dos diversos estados brasileiros, propagandeando seus destinos de aventura. Percorri todos os stands de destinos – e fiquei com vontade especial de entrar na “geleira” (imitação das condições do Perito Moreno) que o stand da Argentina montou. Fomos muito bem recebidos e informados nos stands de Mato Grosso do Sul e Paraná, e fiquei envergonhada pela falta de tato com o público do stand do meu estado querido, o Espírito Santo. O Greenpeace montou uma grande “onda” e na parte interna, a gente passeava pelos principais “problemas” que os mares do mundo enfrentam hoje. Achei interessantíssimo. No final, conheci a Leandra Gonçalves, com quem já havia trocado alguns emails – ela é a responsável pela campanha dos oceanos do Greenpeace Brasil “Entre nessa onda” e comentou alguns dados tristes sobre a situação dos mares no Brasil. O casal supimpa do Vida de Viajante tem mais detalhes sobre a Adventure Fair, aos mais interessados.
Área do café, com balcão feito de garrafas PET recicláveis. Abaixo, o espaço infantil.
Guia das trilhas de São Paulo e o stand-projeto de mini-hortas de apartamento. Muito interessante.
5) Casamento da Prima – Tive a chance de conhecer o Mosteiro de São Bento por dentro, no casamento da prima do André (que é minha prima de tabela). Nunca tinha ido a essa igreja, e embora bastante eclética em seu estilo, gostei da conservação primorosa. E vai pro céu de Darwin (conhecido também como Ilhas Galápagos) quem inventou essa moda tão brasileira de distribuir chinelos havaianas no final das festas de casamento. Para descansar do martírio de horas com saltos altos, nada melhor que isso.
Dentro do Mosteiro de São Bento e o garçom da festa com uma bandeja de chinelos.
Tudo de bom sempre.
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– Sábado passado, fui encontrar com a Eva em meu habitat natural, o aeroporto. Ela a caminho da Irlanda. Conheci a Vanessa e foram algumas horas de papos engraçados sobre viagens e afins. Os relatos da Eva por email sobre sua jornada em Dublin estão uma delícia! Se tudo virar post, será garantia de boa leitura a todos.