Vi um poster no Experimental Biology 2011 em Washington semana passada na seção de Nutrição (Kniffin et al.) que analisava a composição alimentar da última ceia dos prisioneiros que seriam em seguida executados, no período de 2002 a 2006 nos EUA. Passei rapidamente pela fileira deste poster, e li en passant o título: “Nutrition lessons from death row: an analysis of last meals“. Foi o suficiente para eu ser fisgada pela bizarra idéia do trabalho. O poster estava também muito bem feitinho, resolvi continuar lendo.
O que comer na última ceia?
Basicamente, pelos gráficos mostrados no poster, mais de 60% dos prisioneiros em vias de execução quando finalmente encaram seus últimos momentos, pedem pra comer carne (qualquer uma, o trabalho não especificava de que animal). Em segundo lugar, vieram as frituras. Muito poucos pediam vegetais e/ou frutas. Ou seja, uma dieta rica em gordura e proteína é o que a maioria de nós gosta mais – a ponto de escolhê-la como última indulgência de nossas vidas.
Achei a constatação/curiosidade interessante. E fiquei pensando se, caso pudéssemos extrapolar para toda a população (ou seja, se soubéssemos todos quando iríamos morrer), esta tendência dos resultados se manteria. Acho que sim. Afinal, tentamos comer saudável na tentativa de querer adiar ao máximo a hora final – uma boa dieta é um bom indicador de menos problemas de saúde, pelo menos os que mais matam. Mas uma vez que ela chegue, a tendência é que chutemos o pau da barraca. Porque… o que perderíamos com isso, não é mesmo?
Eu, por exemplo, pediria como última ceia uma bela feijoada, cheia de carne de porco e com muita couve frita na manteiga. Ou seja, gordura e proteína (com um mínimo de vegetal…), corroborando o estudo.

E vocês, o que acham deste estudo? Concordam com o resultado?
Mais: o que pediriam na sua última ceia?