Cratera de Halema’uma’u com oferendas de flores para a deusa havaiana dos vulcões em sua borda.
Nessa semana, a cratera de Halema’uma’u, parte do complexo vulcânico do Kilauea, acordou. Não completamente, mas como em estado de letargia matinal, sem explosões, e com muita fumaça. Desde meados de março, o Halema’uma’u vem cuspindo níveis preocupantes de dióxido de enxofre, mas na 4a-feira, finalmente a cratera explodiu (vista em live camera) e muitas rochas fervendo voaram pelos céus. Que espetáculo.
O Kilauea é o vulcão mais ativo do planeta na atualidade; completou em janeiro passado 25 anos de derramamento de lava contínuo, vindo em grande parte da cratera de Pu’u’o’o. Entretanto, a cratera de Halema’uma’u era considerada um pouco mais “adormecida”, e algumas trilhas de trekking mais radicais passavam por lá. Na 3a-feira, os níveis de dióxido de enxofre liberados chegaram a ser tão elevados (2,000 toneladas/dia) que os guardas do parque resolveram evacuar toda a região, já se preparando para o pior. E não deu outra: na 4a feira, algumas explosões pirotécnicas saíram da cratera, colorindo o céu da Big Island – e pondo em risco respiratório grave a população de Hilo, cidade vizinha para onde todo o “vog” (fog de vulcão) intoxicante foi levado pelos ventos que cortavam a região nesses dias. O Parque Nacional dos Vulcões ficou fechado por 2 dias, e só pode reabrir na 5a feira, quando o vog aparentemente melhorara um pouco.
E eu, como fascinada por vulcões que assumidamente sou, gostaria de me teletransportar imediatamente pro Havaí, para ver o circo Halema’uma’u pegar fogo – de máscara, é claro, porque com vog não se brinca. Alguém desenvolve essa tecnologia, por favor? 😀
Tudo de vulcão sempre.
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– Halema’uma’u significa “a casa das samambaias” (!?!?) em havaiano. Naquele ambiente inóspito de enxofre e ácido clorídrico, que não tem nem uma plantinha sequer, é difícil acreditar que possa ter havido samambaias para inspirar tal nome. Contexto escondido que só os descendentes de Kamehameha devem entender…