por:
Lucia Malla
Biomédicas, Blog, Blogosfera & mídia social, Ciência, Memes, listas & blogagens coletivas, Molléculas da vida
Publicado
16/10/2014
Hoje é o Blog Action Day, e este ano o tema é desigualdade. O tema gera a possibilidade de discussão em diversas facetas. Aliás, isso é o bacana desta mega-blogagem coletiva mundial, a possibilidade de análise por incontáveis perspectivas. E eu resolvi, então, contar um pouco da faceta que estou vivendo, a desigualdade de gênero na ciência.
Afinal, estou trabalhando no laboratório com um problema científico que envolve diferença de sexo, e participei semana passada de um programa de TV aqui no Havaí sobre desigualdade de gênero nesta pesquisa científica. O programa de entrevista foi super-light, mas conta um pouco da grande preocupação atual: diminuir o abismo de informações que existem entre a fisiologia masculina e a feminina.
Mais sobre esta conversa, eu conto lá no LuluzinhaCamp, num post escrito a 4 mãos, com minha queridíssima amiga Xará Freitas. E reproduzido aí embaixo. 🙂
Desigualdade de gênero na ciência
#inequality
A nossa querida Lucia Malla, Xará mais que amada, participou de um programa de ciência num canal havaiano.
Ela explica:
“A razão do convite para a entrevista foi porque recentemente nosso laboratório recebeu verba federal para estudar desigualdade de gênero na pesquisa científica biomédica, em nosso ultra-super-hiper restrito tópico de estudo (selênio). Mas há todo um bias antigo na pesquisa biomédica que leva ao uso apenas de modelos animais masculinos, com a fraca justificativa de que eles seriam “mais simples”, sem o ciclo hormonal feminino para complicar os resultados. Com isso, o resultado final lá na frente é que muitos dos remédios testados e que hoje são comercializados não foram apropriadamente testados em fêmeas e/ou mulheres, e alguns deles já causaram problemas graves de diferença de ação de acordo com o gênero do/a paciente.
Atualmente, esta é uma das maiores preocupações das entidades de suporte à pesquisa científica nos EUA e na Europa, diminuir esse abismo de conhecimento entre a fisiologia masculina e a fisiologia feminina, em absolutamente todos os aspectos da medicina e da medicina veterinária.
Por fim, nossa pesquisa talvez seja extremamente específica em um tópico ultra-super-hiper-restrito, e talvez isso canse um pouco para assistir ao vídeo. Mas, como visto 100% a camisa do “aja ao invés de apenas reclamar” e acredito muito no efeito formiguinha, acho que esse é um bom primeiro passo. É o que posso fazer dentro do meu expertise.”
Tudo de bom sempre.
P.S.
- Link para o vídeo da entrevista. Em inglês, aproximadamente 47 minutos. E umas perguntas além da desigualdade…