Estamos na época das Olimpíadas de Inverno. Em 2018, este evento esportivo será na cidade de Pyeongchang, Coréia do Sul. Tenho boas lembranças de Pyeongchang. Afinal, foi ali que “aprendi” a esquiar. Eu, muito provavelmente a pessoa mais desajeitada que a neve já viu, nos idos de 2005 fui a um congresso de Biologia Molecular no resort de esqui de Yongpyong. O mesmo onde agora fica o Yongpyong Alpine Centre, parte do complexo principal de esqui das Olimpíadas de Pyeongchang. Durante as Olimpíadas de Inverno de 2018, ocorrerão no Yongpyong Alpine Centre as provas de slalom e esqui alpino (time).
Aprendendo a esquiar no Yongpyong Alpine Centre
Foi no Yongpyong Alpine Centre, junto com as crianças de até 8 anos, onde dei meus primeiros (e únicos) deslizes com um esqui atachado aos pés. Sim, posso dizer – cof, cof – que fui certamente uma pré-olímpica. 😀
Mas a experiência foi tão “olim-piada” que foi pros anais deste blog em uma auto-entrevista cuja pergunta humorística era “seaquinevasseseusavaesqui”:
“(…) caí diversas vezes tentando simplesmente ficar de pé em Yongpyong, um resort de inverno na Coréia do Sul. Acho que se aqui nevasse eu me esforçaria mais para aprender. Ou tentava o snowboard.”
Tamanha falta de jeito me fez não passar do slope infantil do Yongpyong. (André se aventurou mais, nos slopes mais avançados.)
Esqui olímpico
Pois eis que este resort onde fui caloura da arte de descer montanhas nevadas estará a partir da semana que vem em todas as TVs mundiais. Onde os melhores atletas do mundo gelado tentarão superar seus índices. Ou fazer toda os chavões de alegria dos jornalistas esportivos.
Na época em que fomos, este complexo esportivo estava sendo remodelado, com muitas partes em início de construção. Afinal, ainda estava concorrendo a uma vaga para ser cidade olímpica. Mas, como tudo na Coréia do Sul, já se preparavam à toque de caixa. Como se já tivessem sido escolhidos para sediar as Olimpíadas 2018, com altos planos, mapas e esquemas. Coisas da eficiência coreana.
Numa das manhãs em Yongpyong, peguei a gôndola até o cume da montanha a 1458 metros de altitude. Era janeiro. O frio e o vento eram insuportáveis ao ponto de eu mal ficar 5 minutos fora da área coberta. Faziam míseros -2ºC. Que no meu termômetro pessoal pareciam -50ºC. Confirmei no âmago do meu ser que realmente não sou uma criatura da neve. Amo ver a neve, mas ter que interagir com ela… São outros quinhentos.
Fiquei ali em cima, dentro da casinha. Admirando a coragem e audácia dos esquiadores de todas as idades. Esquiadores estes que não se importavam com aquele vento gelado nas costas… E desciam enfim sem temor o inclinado trajeto de esqui avançado da montanha.
Sem esqui
Depois desta experiência em Yongpyong, visitei outros resorts de esqui pelo mundo. Mas depois de tantos tombos e quase uma perna quebrada em Yongpyong, a decisão mais sensata é deixar a neve pra quem entende dela. E aproveitar o frio(zão) tomando chocolate quente. E, acima de tudo, admirar a desenvoltura dos outros ao esquiar.
Tudo de bom sempre.
E boa sorte aos atletas de inverno das Olimpíadas de Peyongchang!
P.S.
- A gente adora uma história de superação olímpica, né? Pois eis que o hilário e determinado Pita Tofua, o atleta tongano “oleoso” da abertura das Olimpíadas do Rio, se classificou para as Olimpíadas de Inverno (!!!) de 2018. Seu esporte: esqui cross-country. Esta será a segunda vez que Tonga estará representada numa Olimpíada de Inverno.