A foto abaixo demonstra claramente a sensação que pude viver nas Filipinas, viagem feita em setembro/outubro de 2004 – semana passada. Um país que possui mais de 4000 ilhas, encrustrado na zona de maior biodiversidade marinha do planeta. Além disso, com um povo muito simpático, tranquilo e hospitaleiro. Uma foto que só pode gerar essa sensação mesmo: liberdade total! Fomos a Dumaguete, Apo Island, Malapascua e Gato Island. Todos lugares fantásticos acima e, principalmente, embaixo d’água.
Mergulhamos muuuuito, foram mais de 20 mergulhos logados para mim, e mais de 30 para André, em uma semana! Mergulhamos com o “thresher shark”, um tubarão de fundo que sobe em Malapascua para ser limpo por peixinhos (“cleaner wrasses”, não sei o nome em português) a 21m de profundidade, vimos o santuário de corais moles que é Apo Island, deliciamos com cenas de “sexo explícito” marinho ao vermos o peixe-mandarim cruzando com sua fêmea no meio dos corais Acropora…
Vários recordes pessoais foram batidos nessa viagem: meu primeiro mergulho a 28m (mais profundo que já fui!), meu primeiro mergulho noturno (e foram 3 ao total!), primeira vez que mergulhei de scooter, auxiliada pelo divemaster Inaky, primeira vez que me perdi num mergulho (estava com o André, e perdemos o senso de navegação – ooops!), primeira vez que vi peixes-palhaço (e foram inúmeros até o fim da viagem, das mais variadas espécies possíveis!)… foi simplesmente DEMAIS!
Em Dumaguete
Em Dumaguete, ficamos hospedados num resort de mergulho, onde o “recife da casa” era um point de mergulho já de nível internacional, e nas redondezas… sem comentários! Muita biodiversidade, muito nudibrânquio diferente, muito peixe-palhaço, muito coral mole… Vários momentos embaixo dágua me marcaram, mas selecionei 3 aqui que foram os “mais-mais”.
- A interação de um frogfish com o Inaky no final do passeio de scooter. O frogfish simplesmente nadou até o BC do Inaky e se escondeu lá dentro!
- O peixe-palhaço que queria “brigar” comigo em Malapascua, que me seguiu um bom tempo, e ficava batendo o focinho na minha máscara. Que fofo!
- Uma árvore a uma profundidade de uns 15m, que vimos no passeio de scooter. A árvore foi varrida por algum tufão que passou por Dumaguete, afundou, e está se transformando num “recife artificial”. Sim, porque já há umas espécies ocupando os galhos dela… Inacreditável a interação da natureza aqui. Um paraíso ecológico mesmo!!!!
Em Malapascua
Em Malapascua, desfrutamos das delícias de um bangalô de frente pra uma praia de areia branquinha, água morna e sem ondas, com um bar flutuante em frente para happy-hours… que folga! Esse bangalô era administrado por um suiço com o sotaque mais engraçado que já ouvi, que todos os dias acordava-nos com seu: “Gud móning!” característico… Além disso, a comida em Malapascua era fantástica, restaurantes muito bons administrados por europeus (maioria alemães) onde me deliciei com saudosos kebaps, burritos e adobos.
O registro triste da viagem fica por conta das explosões de dinamite, que ouvíamos com uma certa constância nos mergulhos em Malapascua. Isso não aconteceu em Dumaguete ou Apo Island, porque já são áreas de proteção ambiental. Mas Malapascua e adjacências ainda sofrem com governos corruptos que deixam os pesqueiros chineses, taiwaneses, coreanos e filipinos utilizarem dinamites para pesca predatória. Em 2 mergulhos, me assustei embaixo d’água ouvindo explosões, e isso dói mais no coração que o próprio susto… O ecossistema sendo simplesmente devastado, virando literalmente sopa pros chineses… ABSURDO!
Todo paraíso tem seus problemas. Portanto, não existem paraísos. Você constrói o paraíso ao seu jeito…
Mas no momento…
Viva as Filipinas!
P.S.
- Leia mais sobre nossa experiência de viagem e mergulho em Dumaguete.