Num dos momentos mais emocionantes da conferência de que participei na semana que passou, uma seção inteira de posters científicos, com introdução/metodologia/resultados/conclusão de estudantes de escolas de 1º e 2º grau supervisionados por um professor de universidade, num projeto chamado “Smart”, que existe em diversas universidades americanas. Havia poucos trabalhos descritivos, a maioria era ciência “hardcore”, com figuras de imunofluorescência, bandas de Western Blot e PCR, com potencial para culminar levando o nome destes adolescentes para um artigo científico sério! Um excelente começo de carreira, que incentiva e educa.
Ouvi atentamente diversas apresentações de estudantes que apresentavam poster, e saí impressionada de todas. Eles dominavam aspectos técnicos e fundamentais de seus trabalhos, a hipótese essencial, enfim, discutiam ciência. E, como adolescente é criativo e revigorante, o último poster foi uma brincadeira que os estudantes decidiram trazer pro congresso: a ciência de Harry Potter, explicada com todos os erlenmeyers coloridos imagináveis. Adorei.
Foi um sopro de alívio. Afinal, a gente tende a sempre reclamar da educação científica… Quando vejo iniciativas assim, meto o rabo da reclamação entre as pernas e abro um sorriso de canto a canto: há esperança de formação científica decente pelas esquinas da educação. Quem sabe a gente traz o exemplo para a rua principal um dia?
Tudo de bom sempre.