O Natal na Coréia do Sul é uma experiência que eu classificaria como surreal. Para aqueles que não curtem muito o espírito natalino, talvez Seul (ou uma cidade mais pro interior, como Ansan, onde moro) seja o local ideal. Existem, é claro, manifestações ocidentais do Natal – árvores, figuras de Papai Noel enfeitadas, vendedores com gorros vermelhos, etc. Mas nada muito exagerado, tudo na mais precisa discrição coreana. Aliás, nem parece que é Natal.

Parênteses
Isso me faz lembrar um filme tipo Sessão da Tarde que passa com frequência demasiada aqui, mas não lembro o nome, e podia entrar na lista dos 100 piores do Rafael… O filme é com Michael Douglas no papel de presidente dos EUA, e ele se apaixona por uma ecoxiita do segundo escalão. Enfim, mas a parte que me lembrei é no jantar de Natal da Casa Branca, 2 assessores do presidente (um deles o Michael J. Fox) conversam sobre política e afins, e uma terceira assessora chega e fala: “Vocês não conseguem parar de falar de política nem no jantar de Natal?” E o Michael J. Fox fala: “Natal? É Natal?” E o outro cara responde: “Você não recebeu o memorando?” É uma piada sem graça de doer, mas eu adoro. Sinto-me no momento como se também não tivesse recebido o memorando informando que é Natal. Fim do parênteses.
Embora o povo coreano seja muito cristão (o que acho esquisitíssimo), não há a tradição de reunião familiar, comprar e dar presentes, comer peru. Mesmo porque essa ave é raridade nos supermercados por essas bandas. Tudo é meio que “copiado” dos ocidentais, e sem identidade. E sem muita relevância. Coletando informações com colegas de trabalho, descobri que a única tradição de Natal na Coréia do Sul prevalescente é ir a igreja no dia 25. Só.
Não iremos à igreja, mas conseguimos achar umas coxas de peru num mercado de importados e a Cyntia me deu uma receita de salpicão. Essa será nossa discreta janta de Natal na Coréia do Sul. Afinal, o Natal está tão apagado por aqui, que esse menu já está é pra lá de brilhante.
Nesse fim de ano, embora do outro lado do planeta para a maioria de meus amigos, tive a oportunidade de participar de 2 amigos Xs virtuais (cresci no ES, lá se fala Amigo X, não amigo oculto ou amigo secreto). Hoje (finalmente!) arrumei tempo para homenagear as 2 pessoas que me presentearam com tanta delicadeza e doçura. Como bem disse o Guilherme: “dezembro é o seguinte…”
Primeiro Amigo X
O primeiro amigo X foi entre amigos meus do Brasil. A Patrícia (vulga Pati Maçãzinha) me tirou, e mandou de presente uma apresentação no Powerpoint linda com fotos dos meus tempos de faculdade, e frases que me tocaram profundamente. Adorei demais, pois me ao ver os slides, me senti numa viagem no tempo, de volta aos corredores da UFV, e principalmente de volta às festas loucas que rolavam na minha república nos tempos de faculdade. Eu amo fotografia, e um presente fotográfico/nostálgico foi a melhor coisa que poderia ter chegado para mim! A Pati era 2 anos mais velha que eu no curso de Biologia, e fazíamos parte juntas do PET-Bio (Programa Especial de Treinamento), um programa da CAPES que garantia uma bolsa de estudos às custas de tarefas que colaborassem com a melhor formação do biólogo. Não sei se colaboramos na formação de biólogos, mas com certeza muito nos divertimos com aquela galerinha.
Segundo Amigo X


O segundo amigo X foi o blog da Denise. Nesse tirei a Alessandra (que fez um texto lindíssimo para mim no blog dela) e a Aline, do blog “Era uma vez um verão em Cracóvia” me tirou. Havia pedido de presente de amigo X uma caneca do lugar em que a pessoa estivesse, pois gosto de canecas e gosto de lugares. (Tanto que tenho um blog sobre lugares/viagens, não é mesmo?) A Aline não só mandou uma caneca muito legal como adicionou/enriqueceu o presente com um pingente de coração, um dragão em miniatura, um cartão da Cracóvia (que já está devidamente colocado na minha geladeira, que é coberta por postais de lugares diferentes). Principalmente, um mapa/caderno de informações da Cracóvia…
Bem, nunca estive por lá, o que por si só já me deixou extremamente animada. Agora fiquei mais com gostinho na boca ainda. E fuçando pelo blog dela, descobri que ela tem um cachorro chamado Ousama, que tem até um fotolog. Me deu uma vontade enorme de fazer o mesmo pro Catupiry!
Confesso que embora tenha pedido a caneca, gostei mais de ganhar um livreto sobre a Cracóvia. Não que não tenha gostado da caneca, mas a curiosidade sobre um novo lugar que me apossou no momento em que abri o livreto… Parece que a Aline leu a minha alma viajante! Fui “obrigada” a devorar as dicas e já sonhar com uma possível “passada básica” por lá em algum momento da vida. Já tinha ouvido de amigos alemães que a Polônia era um lugar muito bonito de se visitar, mas nunca estive muito atraída. Pois bem, Aline, você conseguiu… Agora vou “viajar” na idéia de um dia conhecer a Cracóvia!
Quando isso acontecerá, não posso afirmar ainda. Mas que vai acontecer… ah, isso vai! (Será que se eu acrescentar esse pedido de última hora na minha lista de Papai Noel ele escuta e me atende?)
Tudo de bom sempre. E Feliz Natal a todos que me acompanham nessas linhas viajantes!