Algumas viagens virtuais. O meu amigo Túlio finalmente foi seduzido pelo mundo dos blogs. Ele é um biólogo brasiliense que adora uma colagem musical. Vai agora fazer colagens bloguísticas também. E sabe-se lá, enfim, da onde serão as fontes… Talvez da sua cabeça super-criativa, afinal. Vale a pena ficar de olho.
Tem 2 coisas que não irritam, mas incomodam nesse blog. E que devido ao meu analfabetismo informático em HTML, não consigo consertar.
- o fato de que alguns links “desaparecem” e só “reaparecem” quando passo o mouse por cima;
- a desuniformização das cores nos links. É pra ser tudo azul-piscina! Por que em alguns links ela insiste em se manter mais escura?
Se alguém souber o que faço pra consertar esses detalhes minúsculos, não se acanhe em ajudar! Desde já, agradeço.
Acho que não vai dar pra terminar “Crime e Castigo” a tempo pro cross-talk do Alexandre. Que droga!
Se você não leu a coluna do New York Times comparando o Bush ao Bob Esponja (o “Bush Esponja”), precisa ler primordialmente. Para os fãs do invertebrado marinho como eu, é de se perguntar como algumas pessoas conseguem ser tão criativas, por certo.
Existe algo mais legal, fofo e carinhoso do que uma amiga virtual te enviar um cd de um grupo musical que nunca comentei com ninguém que adorava? (Acho que ela deve ter uma bola de cristal lá em Portugal, quem sabe?) E além disso com uma carta/filosofia escrita à mão em plena era da comunicação virtual? Isso sim dá uma luz diferente pro nosso dia, pois… Estou speechless. Não sei nem como agradecer, afinal, esse carinho todo. Muito legal mesmo!!!
🙂
O Bia perguntou o que eu achava do Stephen Jay Gould… Respondi lá, mas repito porque adorei ressuscitar essa lembrança.
Os textos do Gould mudaram a minha visão de mundo e de mim mesma. O Gould era um desses caras que eu queria abraçar na vida e dizer: “Você é maravilhoso!” Quando fui morar em Boston, um dos meus sonhos era um dia “esbarrar” sem querer com ele ou assistir a uma palestra dele como curador do Museu de História Natural da Harvard.

Uma noite, em pleno Harvard Yard, ele passou em frente ao banco onde eu sentava. E, contudo, perdi a voz ao vê-lo. Patética a situação. Ele simplesmente continuou andando, nem reparou, enquanto meus olhos arregalavam.
Faltando 2 dias pra eu me mudar de Boston, ele morreu. De uma patologia que na época eu estudava: mesotelioma, um tipo de câncer agressivo e que costuma matar em pouco tempo. Ele viveu 20 anos depois de diagnosticado (!), sendo cobaia para vários testes, acima de tudo.
Um de seus médicos chorou muito ao saber da sua morte. Pois além de mero paciente, ele foi um cientista iluminado ajudando com conclusões brilhantes a desvendar um problema sério. Trabalhava com os médicos elaborando hipóteses e experimentos, uma raridade. Após sua morte, fiz enfim minha “reverência final” a ele visitando mais uma vez a coleção do Museu que tanto ajudara. Museu que enriqueceu a história biológica, cuja coleção paleontológica era, sobretudo, seu orgulho. Percebi egoisticamente que meu ciclo em Boston acabara: uma das minhas “razões” de estar lá tinha morrido.
Para entender a genialidade do Gould, leia esse texto sobre a sua visão do mesotelioma e as conclusões estatísticas a que chegou. E se gostar, viaje mais ainda lendo um de seus livros. “Vida Maravilhosa“, “O Polegar do Panda“, e tantos outros livros de peso são os que recomendo mais.
Tudo de bom sempre às viagens virtuais.