Bem-vindo aos links da edição 13.
UPDATE: A Ana Maria Brambilla, jornalista do OhMyNews, escreveu um artigo sobre os brasileiros que moram na Coréia do Sul. Desnecessário comentar: basta abrir a reportagem e a foto de abertura já indica quem foi uma das entrevistadas… O artigo está bem interessante, apenas um adendo. Na entrevista original, coloquei que sentia saudade da coxinha de frango com catupiry, que foi traduzida para inglês como… chicken with cheese! Nããão!! Vacilo meu, sem dúvida, que deveria ter previsto que edição de jornal iria cortar palavras “exóticas” demais e substituir por algo mais palatável ao leitor.
Enfim. O OhMyNews é um jornal peculiar, que pratica o chamado “citizen journalism”, ou seja, as reportagens são escritas por cidadãos comuns e passam pelo crivo editorial de jornalistas profissionais – como a Ana. Um modelo único no mundo, e bastante de vanguarda. É bem lido aqui na Coréia, e um dos responsáveis pela proliferação de notícias entre jovens do país. Parabéns pela reportagem, Ana!
Stephen Frink é considerado por muitos especialistas o melhor fotógrafo sub da atualidade. Vencedor de inúmeros prêmios, viajante dos mais diversos recantos, fundador da UnderwaterStockPhotos.com (renomada agência de fotos marinhas, conhecida no meio sub como Stephen Frink Collection), recentemente escreveu um pequeno texto sobre uma faceta de ser fotógrafo sub muito relaxante. Empolgante também.
“Aquecimento global é uma realidade.”
Quem diz isso interessantemente é o autor de um artigo muito usado como base argumentativa pelos que negam a existência desse fenômeno meteorológico – como o escritor Michael Crichton – num editorial do NYTimes. Enquanto isso, o site que coordena a Skeptical Enquirer publicou um artigo do afiado Chris Mooney sobre como os jornalistas reportam (ou deveriam reportar) para o público geral as notícias relacionadas ao aquecimento global. Uma análise crítica construtiva excelente, mostrando muitos pontos de entrave. Deveria ser leitura obrigatória para jornalistas de ciência.
Já ouviram falar de esfriamento global? Uma outra faceta do mesmo problema de aquecimento, dessa vez envolvendo a poluição produzida pelos aviões em que viajamos pra cima e pra baixo.
E já que o assunto são esses tempos modernos de temperaturas extremas, li um artigo esses dias mais preocupante ainda, cujo título já diz tudo: “As grandes cidades causam as tempestades de verão mais fortes que as vêm assolando.” Onde iremos parar?
Uma descoberta interessantíssima para lava junkies como eu gostaria de ser: uma nova categoria de vulcão foi descoberto no Pacífico, o petit spot, presente em fissuras pequenas de placas tectônicas longe das áreas de fricção ou tensão das bordas das placas. Mais um acréscimo aos livros didáticos de geografia.
Ulaan Bataar, capital da Mongólia, é considerada a capital mais “feia” do mundo. (Por quem? Onde acho essa lista?) Mas, com efeito, até mesmo lugares “feios” têm seus recantos e relatos de belezura para viajantes de mente aberta…
O bate-papo fértil da caixa de comentários do post sobre óleo com o Camburizinho se tornou a minha mais nova viagem na maionese pessoal: Antárctica. Comecei a fuçar, ávida por informações. Achei desde exposição online na forma de blog (termina dia 31/agosto, aliás) até um post bem didático do World Changing sobre a invasão de espécies no continente gelado. Vale conferir.
A notícia coreana da semana diz respeito à religião. Um grupo de coreanos cristãos evangélicos (incluindo 600 crianças) estava procurando sarna pra se coçar. E resolveu participar de um “Festival da Paz”… Em Cabul, no Afeganistão, um país islâmico radical, em guerra e sendo ainda construído. Antes de embarcarem, o governo coreano aconselhou-os a não ir. Mas como o grupo religioso se mostrou incisivo em sua decisão, o governo coreano decidiu isentar-se de qualquer responsabilidade se algo acontecesse.
Pois aconteceu. Muitos estão retidos na Índia. Entretanto, os que conseguiram entrar no Afeganistão estão ameaçados pelo governo afegão. Que nada satisfeito com a invasão de cruzes cristãs em suas mesquitas, decidiu então deportar e processar por “evangelização”. Esta é uma ofensa similarmente gravíssima no país islâmico. Todos os coreanos que por lá apareceram estavam na tal passeata da paz. Já pensou enfim se a moda pega?
Dunas são enigmas. Ainda me pego boquiaberta quando me vem à memória as de Mangue Seco, que visitei em 2003. Sonho com o que sentiria se visse as da Namíbia, de 300m de altura. Mas, apesar de achá-las misteriosas, nunca havia pensado nessa questão quase-filosófica: por que as dunas soam como música? Agora há resposta para mais essa curiosidade. Haja areia na maionese.
E falando em dunas… As do deserto considerado o mais espetacular existente foram registradas por um dos fotógrafos mais competentes do planeta: Sebastião Salgado. Ano passado, comentei sobre o novo projeto fotográfico de Sebastião Salgado, chamado Genesis.
Hoje, depois de muitos meses, revisitei o site do Guardian sobre o projeto, e que surpresa maravilhosa! Salgado esteve com os índios do Xingu e também no meu lugar dos sonhos impossíveis: o deserto da Namíbia. Algumas fotos dele da Namíbia foram feitas sobrevoando a área num balão e estão simplesmente deslumbrantes. A minha predileta é essa aqui. E essa. Salgado é mestre da fotografia, sem dúvida.
Meu roteiro especial para uma viagem de 5 dias pela Namíbia.
Já que o assunto é Namíbia, fica a dica do blog da Clarisse Cunha. Ela está morando por lá e conta histórias e perspectivas incríveis sobre esse país tão desconhecido e misterioso. O blog dela é o Transitórios. (A bela sugestão veio do Tiagón.)
Tudo de bom sempre.