Pequenas anotações de viagens virtuais 17

por: Lucia Malla Antigos, Blogosfera & mídia social, Links gerais

Bem-vindo às pequenas anotações de viagens virtuais edição número 17.

1.Tem galeria nova lá no site da ArteSub: Rongelap (que eu contei a peculiar história há pouco tempo atrás). Viaje nessa viagem subaquática: é emocionantemente pacífico.

PAVV 17

Rongelap beach

2. Um “manual” (muito metódico, por sinal) de como ler livros de fotografia – e tirar o máximo de proveito deles. Tentarei o método assim que possível, para testar. Meu pressentimento é que funciona. Vamos ver.

3. Um grupo de pesquisadores liderados por um professor da UFV (minha universidade!!) está indo para uma nova área na Antárctica, estudar o permafrost da península Byers. Esses estudos poderão gerar mais dados sobre o processo de aquecimento global. Viçosenses entrando numa fria – por uma boa causa, certamente.

4. Viagem pessoal. Para quem quiser sentir um pouco o que eu senti quando mergulhei nesse lago… A música de fundo aliás chama-se “Isa Lei”, e é de Fiji. Deu MUITA saudade de Palau.

5. Todos sabemos que vivemos na era da tecnologia googlística. Além disso, a empresa domina o mundo virtual como nenhuma outra, principalmente como ferramenta de busca. Entretanto, já há gente viajando na maionese e utopizando como a empresa irá à bancarrota. Não deixam de ser interessantes observações.

6. Um dos meus blogueiros de ciência prediletos, Bora “coturnix” (seu nome já lembra uma designação de espécie), organizou uma conferência de Blogs de Ciência, na Carolina do Norte, um livro/antologia com os 50 melhores posts de ciência de 2006 (in english, only), e agora foi entrevistado pela Nature. Super-blogueiro, não?

7. Porque esta é a melhor definição de gene que já encontrei.

8. Se você curte blogs de ciência, semana que vem é a “Week of Science Challenge”. Nesta semana, a blogosfera científica de língua inglesa vai discutir apenas ciência. De conceitos básicos a descobertas interessantes, nada de ataques políticos, pseudociência ou divagações pessoais. Enfim, já está todo mundo por lá ouriçado com a novidade. A ser lido, sem dúvida alguma.

9. O MountEverest.net publicou uma lista com os picos nunca escalados do mundo – as montanhas “virgens”. Boa parte delas está em área considerada “sagrada” por alguma religião ou povo, e são terminantemente proibidos de serem alcançados. A maioria no Himalaia, é claro. O sonho colorido de qualquer alpinista de plantão.

10. E falando em alpinismo, as leis do mercado também estão preponderando nessa nova temporada que já-já se inicia de expedições ao Everest. A China aumentou sua taxa de “escalada” pelo Tibet, o que fez as empresas tradicionais (e confiáveis) que levam os alpinistas ao topo aumentarem seus preços: de 35 mil a 125 mil dólares! Este último preço, entretanto, é para uma empresa nova de Seattle (o preço não aparece no site, mas os fóruns de montanhismo não falam de outra coisa) que tem Ed Viesturs, o mais renomado montanhista americano, como guia de super-luxo. Escalar com Ed: outro sonho colorido de qualquer alpinista de plantão. Basta saber se nesse caso haverá alguém com verba para tal.

11. Earthdive: um projeto bacana apoiado pela UNEP para mergulhadores recreacionais e simpatizantes do mar. Pretende ser um mega-divelog (registro de mergulho), global, para mapear o máximo de espécies marinhas do planeta. Infelizmente, sem colaborações até o momento na região brasileira. Vamos agitar, mergulhadores de plantão?

12. Um lado nada agradável da culinária sofisticada de frutos do mar.

13. Que papelão, hem, Japão? Em mais uma temporada de carnificina caça às baleias – em que os navios japoneses foram sorrateiramente para um local desconhecido na Antárctica – caças da Força Aérea da Nova Zelândia descobriram esse local eventualmente. Fotografaram e entregaram essas imagens ao governo neozelandês, já que os japoneses estavam relativamente próximos a McMurdo, estação neozelandesa na Antárctica. O governo pediu que colocassem essas imagens de carnificina na mídia, para que as pessoas vissem como a atividade baleeira acontece de verdade.

Agora, o governo japonês está pedindo pelamordebuda para que o governo neozelandês não divulgue o local onde os navios estão, por medo de represálias de grupos ambientais. (O Greenpeace e o Sea Shepherd já estão a caminho, by the way.) Isso tudo, é claro, em nome dessa tal de “tradição alimentar” que o Japão parece não abrir mão. Principalmente, em tempos de recursos marinhos pra lá de escassos e de corporações baleeiras, não mais pequenos barquinhos. Ah, desculpa, japoneses: é para “pesquisa científica”. Ahã.

(Enquanto isso, a Islândia, outro país baleeiro, tem carne de baleia estragando em aterros sanitários. De amargar.)

14. Narcolepsia é um distúrbio do sono em que a pessoa tem episódios de sono incontroláveis, e dorme de repente no meio de qualquer atividade – pode estar dirigindo ou trabalhando, simplesmente dorme. Em casos mais extremos, a pessoa “acorda” do seu sono, mas perde o tônus muscular e/ou não consegue abrir o olho, e demora a levantar (está consciente mas não se mexe e tem percepção clara dessa situação conflitante), o que gera um momento considerado angustiante em grau máximo por todos os narcolépticos.

Como pode-se imaginar, é uma patologia que perturba o seu dia. Resultado: o narcoléptico é incompreendido pelas pessoas, que vêem “tanto sono” apenas como preguiça. Sabe-se que a patologia tem a ver com o hormônio recém-descoberto orexina, cujos níveis regulam o sono. (Orexina baixa = muito sono.) Os narcolépticos têm poucos neurônios produtores do hormônio, o que os torna predispostos a dormirem com mais constância. Nessa semana, saiu na Nature uma reportagem sobre um composto desenvolvido por um laboratório que bloqueia a orexina. Infelizmente, nada fará aos narcolépticos, que já a têm baixa, mas em testes clínicos, fez pessoas saudáveis dormirem mais rápido, e já está sendo cogitado como a nova revolução no tratamento da insônia, outra anomalia (essa tão mais comum) do sono. Os cientistas miraram em um lugar e acertaram em outro: uma das delícias da ciência.

15. Tudo de bom sempre.



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