Eis que esta é uma semana movimentada para quem acompanha as notícias sobre vida selvagem. Amanhã é o Dia Mundial da Vida Selvagem (também celebrado por este blog em 2017). E na terça-feira passada, dia 26/fevereiro, foi o Dia de Apreciação do Tubarão Galhudo (Carcharhinus plumbeus). Então resolvi juntar tudo numa festa só. E celebrar a vida selvagem dos tubarões-galhudos nesta Sexta Sub.
E temos algo importante a comemorar. Nesta semana, saiu um estudo feito na costa oeste da Austrália demonstrando que, em uma área que se tornou reserva marinha (com pesca proibida), a população de tubarões-cinzentos-de-recife (Carcharhinus amblyrhynchos, um parente próximo do galhudo) aumentou. A conclusão do estudo fala da possibilidade de um retorno até relativamente rápido de tubarões a um ecossistema uma vez que a área seja preservada. As consequências deste estudo são, portanto, claras. Quanto mais reservas marinhas, maior possibilidade de preservação da vida selvagem e dos tubarões. Pelo menos de espécies de tubarões mais costeiras.
Parece óbvio. Mas a gente precisa sempre testar a hipótese e quantificá-la. Para a partir daí então conseguir mover a máquina legislativa e política para a criação de reservas. É a ciência o mecanismo que nos permite testar hipóteses e sedimentar nosso conhecimento, para um resultado mais efetivo para nossa sociedade.
Razão para otimismo
Também me deparei nesta semana com um post do Southern Fried Science muito interessante. A gente cansa de ler sobre os problemas que os tubarões, os oceanos e o meio ambiente em geral vem passando.São uma realidade dura e cruel, com toda a certeza. Mas quantas vezes boas notícias ficam soterradas pelo mar de problemas que a mídia nossa de cada dia nos traz? Talvez devêssemos ser mais enfáticos com as boas notícias também.
Tento ao máximo trazer boas notícias sobre os tubarões para este blog. Embora seja nítido que as más notícias predominem quando abro o jornal. Mas, mesmo as más notícias podem ser analisadas sob uma luz positiva. É mais do que uma questão de ser poliana. É perceber que, se quisermos mudar algo para melhor, precisamos nos espelhar em bons resultados. Os problemas na conservação aparecerão, com toda a certeza. Mas se a gente entendê-los apenas como um obstáculo nessa corrida pela preservação das espécies mais ameaçadas, talvez o sucesso seja mais garantido. A maratona ainda pode ser vencida. #OceanOptimism
Ou talvez este pensamento sugira a uma próxima hipótese a ser testada. (Ou pelo menos uma eficiente resolução de ano novo para este blog. 🙂 )
Tudo de vida selvagem – e tubarões galhudos – sempre.