A foto abaixo é do manto (parte mole) de uma ostra da espécie Spondylus varius, encontrada no atol de Rongelap. O que mais me impressiona na imagem é a similaridade deste manto com os desenhos/padrões de um vaso de cerâmica antigo. Praticamente um vaso de cerâmica natural.
Parece pintado à mão, vocês não acham?
O mundo natural pode ser inspirador a olhos artísticos preparados… basta usar a imaginação.
Tudo de sub sempre.
Sobre a Spondylus sp.
As ostras são animais filtradores, e dependem da corrente marinha para se alimentar. Ao grudarem em um substrato, fixam-se de forma a deixar a corrente passar por seus sifões, buracos que ficam no manto e funcional como um canal por onde a água do mar passa. A água passa por dentro da ostra, e a mesma “recolhe” o plâncton que a alimenta.
A concha da ostra é constituída basicamente de carbonato de cálcio com quantidades ínfimas de outros minerais, como manganês, silício, sódio e enxofre. Esta concha é produzida pelas células do manto, que é a parte mole da ostra.
No manto, estão os nervos, a musculatura, órgãos reprodutivos, veias e os órgãos dos sentidos que as ostras possuem. O mais conhecido deles são os ocelos rudimentares, espalhados às centenas pela cobertura do manto. No “vaso de cerâmica” acima, os ocelos estão em azul claro. Estes ocelos são capazes de perceber a luminosidade, mas não fazem uma definição perfeita do objeto. Quando nos aproximamos de uma ostra, ela tende a se fechar exatamente porque percebe essa mudança de luminosidade.
As ostras podem também morar em águas de salobras a bastante salgadas, mas precisam se aclimatar a esta diferença vagarosamente. Transferir uma ostra de um ambiente salgado para um salobro de repente é garantia de morte do animal. Além disso, esta aparência de vaso de cerâmica ocorre de acordo com os pigmentos obtidos na dieta com que se alimentam. Para saber mais, clique aqui.
P.S.
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