Esbarrei neste vídeo do Parque Nacional dos Vulcões do Havaí de uma palestra com o pesquisador Milton Garcés, do Laboratório de Infrassom do Instituto de Geofísica e Planetologia da Universidade do Havaí. São 49 minutos ao total: 33 min de palestra e o resto de (ótimas) perguntas. Dr. Garcés foi atrás da emissão de som do vulcão ativo Kilauea – ou melhor do infrassom. E nessa busca, por fim, uma verdadeira sinfonia planetária foi descoberta.
Nós não conseguimos escutar o infrassom. Nossa percepção auditiva mais baixa chega a 20 hertz em jovens. Além disso, à medida em que envelhecemos este valor vai subindo aos poucos, ficando mais difícil ainda ouvir sons baixos. Entretanto, a tecnologia de detecção dos infrassons, que antes era algo nível NASA, nos dias atuais está ao alcance de todos em apps de celular como o Infrasound Recorder e o Infrasound Analyzer. Dr. Garcés explora esse admirável mundo novo da plataforma colaborativa para melhorar o nosso entendimento científico de vulcões, tsunamis, terremotos, meteoros e outros fenômenos da natureza.
Leia mais: o som do vulcão Haleakala é o silêncio.
Embora ele mesmo diga ao final do vídeo que o infrassom da natureza não é tão “melódico”, acho que fica aberta a possibilidade de um artista vir aí. Principalmente, usar essa base de dados de infra- som do vulcão para compor uma obra musical natural… Afinal, já temos o som das geleiras, o som do gelo quebrando no Ártico (10 horas seguidas!)… Inspirando composições artísticas belíssimas. Por que não nos inspirarmos também no (infra) som do vulcão, né?
Amigos músicos, olha a oportunidade no Kilauea! 😛
Tudo de som sempre.
P.S.
- Pesquisando para este post, descrobri aliás que há todo um ~segmento~ de som de ondas quebrando e mares no youtube. Meldels!