Em novembro do ano passado, eu passei num dia de semana pelo Rio de Janeiro. Meio dia, mais precisamente. Estávamos com pressa. Mas como não somos de perder viagem, decidimos aproveitar e fazer algo “turístico” pela cidade. Escolhemos um roteiro aleatório, afinal eu conheço um pouco daquelas praias; iríamos nos virar bem.
O Rio só combina com dia de sol, e por sorte, o céu nesse dia não arriscava nenhuma nuvem. Azul lindo. Às 7:30 da matina já estávamos subindo a rua do Cosme Velho que dá acesso à subida do Cristo. Quando chegamos lá em cima, o Cristo já estava aberto à visitação, mas as lojinhas de souvenir ainda estavam fechadas. Era cedo pro turista carioca. Alguns gringos já rodavam por ali. A vista fantástica, como sempre. Aproveitamos a manhã ensolarada e depois das tradicionais fotos, decidimos andar pela estrada que leva até o Alto da Boa Vista. Nunca tinha passado antes por ali, e que floresta! Dá pra entender por que a cidade é venerada, mesmo com e apesar da violência: que outra metrópole do mundo tem uma floresta tropical daquela majestade dentro dela? E com aquela vista? A cada buraquinho que a mata deixava, víamos os contornos montanhosos de Ipanema, Copacabana, São Conrado… Várias fontes naturais de água, onde parávamos para lavar o rosto e amenizar o calor de quase 11 da manhã. Depois de andar por alguns quilômetros de estrada cheia de curvas – onde me senti em qualquer lugar, menos no Rio – chegamos na Vista Chinesa, onde uma série de jipes de ecoturistas estavam estacionados. Acredito que era um tour tipo “wild in Rio” (no bom sentido), porque todos vestiam roupas cáqui como se fossem a um safari. Uma curiosidade me chamou a atenção: todos os jipes com placa de Vitória-ES. Será que é mais barato emplacar jipes no Espírito Santo?
A Pedra da Gávea e o Forte de Copacabana: pedaços de um Rio que encanta.
Da Vista Chinesa, começamos a descer pela estrada que passa pelo Mirante das Gaivotas. Uma vista belíssima de São Conrado e do mar, que cada hora ficava mais azul. Uma asa-delta ensaiava a descida na rampa da Pedra da Gávea. Descemos pela estrada e caímos em São Conrado, onde pegamos o túnel e fomos beirando a Lagoa até Ipanema, onde andamos pela beira da praia, apreciando os diferentes personagens cariocas. Afinal, ser carioca muito mais que um registro na certidão de nascimento, é um estado de espírito. E todos deveríamos ser cariocas pelo menos uma vez na vida; faz bem.
De Ipanema, passamos pelo Arpoador, e saímos direto no Forte de Copacabana, onde decidimos entrar. Já passava do meio-dia. Dentro do forte, uma vista maravilhosa da praia de Copacabana, com o morro do Pão-de-Açúcar à direita. Alguns surfistas se arriscavam no píer dos pescadores. O Forte tem sem dúvida um dos visuais mais lindos do Rio de Janeiro, e se você é turista-por-um-dia, não deve deixar de visitar esse espaço agradável e seguro.
Estava tendo uma festa-almoço fechada no topo do Forte – parecia promoção da Coca-Cola. Decidimos continuar nosso passeio: pegamos o carro e encaramos a Av. Atlântica, que estava super-engarrafada. Naquele calor sufocante de quase 40 graus dentro do carro, a salvação apareceu sob a forma de um vendedor de mate com limão. Gritei pela janela e… lá vem o mate que mata a sede. Copacabana, princesinha do mar e do calçadão de pedras portuguesas, que é um dos mais famosos do mundo.
Depois disso, tínhamos que encarar a estrada e seguir viagem. Não sem a satisfação de termos recebido um belo presente: um dia de sol tipicamente carioca. Um dia azul, pra confirmar o óbvio: o Rio de Janeiro continua lindo.
Tudo de bom sempre à minha cidade querida, essa Babilônia Maravilhosa que celebra hoje mais um ano de vida.
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Dizem as boas línguas que o Rio é uma cidade panorâmica – e fotogênica. Eu concordo e acrescento: o Rio é azul.