Li inúmeros artigos nos últimos dias sobre arraias e afins, de relatos de acidentes a problemas de super-uso de banda larga na Austrália por causa da notícia que abalou o primeiro-ministro australiano e considerável parte da blogosfera científica séria – escrevi inclusive o post abaixo para desencargo das melancolias que passaram pelas minhas sinapses de bióloga apaixonada pela vida. Entendo os prós e contras do trabalho dele. A cabeça dói.
Mas é com pesar que digo que infelizmente, o título de “pior artigo de opinião leiga sobre a morte de Steve Irwin” é de um brasileiro. O tom desrespeitoso ao final, confesso, perplexou-me – e olha que eu raramente me abalo com as ruminações mal-humoradas dos outros. Mas, ainda bem que vivemos em 2006 e existe a internet, onde encontrei artigos opinativos mais moderados: os editoriais do Der Spiegel e do New York Times desviaram meus olhos. O mais interessante é que o artigo do Spiegel usa inclusive a mesma analogia que o brasileiro usou, mas com um enfoque tão mais astucioso… Entendo os prós e contras do trabalho dele, entendo as divergências de muitos, mas não entendo desrespeito gratuito.
Uma frase do artigo do NYTimes sumariza bem:
“He was 44 going on 6, and lived, like Sean, (uma criança de 6 anos citada no texto do Times) in a world of fun and excitement that seems a lot richer than most people’s.”
E eu, criança de 31 anos apaixonada por bichos, voltei a sorrir. 🙂
Tudo de bom sempre aos que fazem a vida valer a pena – qualquer vida, sem preconceito de número de cromossomos ou cor do casco.