por:
Lucia Malla
Amigos de viagem, Blogosfera & mídia social, EUA, Ilhas, Viagens
Publicado
24/08/2010
Nossa volta em Nova York começou de maneira inusitada.
Por que ir a Nova Iorque?
Nosso plano da viagem de julho começou com um convite de casamento. Afinal, meu ex-rommate e amigo adorado Chris ia se casar em Rhode Island. Como tanto eu quanto André estávamos precisando de férias de verdade – não essas viagens a trabalho que são mais corridas que maratona São Silvestre – decidimos prestigiar o casamento e esticar até o México para ver o tubarão-baleia (e esta terminou sendo a principal motivação da viagem, no final). Mas o fato é que tínhamos que passar primeiro pela costa leste americana.
André nunca fora em NY. Eu, brincando, disse para ele: “Como cidadão do mundo, você precisa conhecer a capital do mundo.” E, como toda brincadeira tem sempre um fundo de verdade, é assim na realidade que eu vejo NY. É uma Cidade com C maiúsculo, que transcende os EUA. NY pertence ao mundo.
Mais: se o mundo fosse viajantemente justo, devíamos todos passear por suas ruas pelo menos uma vez na vida para entender o que ela tem que a faz ser tão única. Porque não adianta tentar explicar aqui. Só mesmo ouvindo as buzinas dos táxis amarelos, enlouquecendo na dinâmica das ruas enumeradas, andando pelo seu metrô sujo e histórico, vendo a imensa diversidade de pessoas, que você começa a entender NY. Começa só, e fique feliz com isso. Porque NY é uma Cidade que nunca termina, tamanho dinamismo numa ilha só.
Objetivos de viagem
Mas tergiverso. Fato é que quando decidimos dar uma passadinha rápida por NY pro André sentir um pouco a vibe da cidade, rapidamente me veio na cabeça a oportunidade de:
- Fazer o passeio que me pareceu o mais bacana já lido num fórum, a volta pela ilha de Manhattan – e para uma islomaniac como eu, ver todos os lados da mais famosa ilha do mundo seria imperdível;
- Conhecer ao vivo e a cores amigos blogueiros que compartilham comigo tantas conversas online, e com quem tenho tantas afinidades.
Passeio de barco em Nova York
Então marcamos. O passeio de barco que dá a volta em Nova York sai do píer 42, no lado oeste da ilha. Segui a dica do Riq, e fiz a reserva para o último horário, pra pegar o sol do entardecer – valeu muitíssimo a pena.
Problema: antes de chegar no píer, decidimos dar uma passadinha na B&H, a melhor loja de equipamentos fotográficos do planeta. Era só uma passadinha, mas toda a experiência de andar por aquela loja paraíso dos fotógrafos nos fez ficar mais de 1 hora ali, contemplando e nos maravilhando. Inúmeras possibilidades de compra, se o cartão de crédito deixasse. 😀
Saída do píer 42
Saindo da B&H, fomos à pé até o píer 42. Já na fila, encontramos a Marcie e a dupla Mau e Oscar. Pronto, nossa mini-ConVnVenção viajante ia começar em NY – e em grande estilo. Subimos no barco.
Conhecer pessoas da internet com quem você conversa praticamente todo dia no twitter é uma coisa engraçada. Já temos uma certa intimidade online, então a coisa offline só se expande, vira conversa na cozinha de casa, tomando café e comendo broa de milho.
A Marcie é PhD em NY, coloca um monte de dicas bacanas da Cidade em seu blog, e deu muitas risadas quando eu, no auge do meu desconhecimento pleno da Cidade, confundi as Nações Unidas com o Guggenheim. Pois é, eu viajo na maionese mesmo. Enquanto fofocávamos e tricotávamos sobre viagens e afins, André sorrateiramente foi fotografando o passeio.
Que é lindo mesmo, não dá para explicar. Tento em vão mostrando as fotos neste post, mas, como quase tudo em NY, você precisa estar lá pra entender.
As atrações de uma volta em Nova York
Saímos pelo rio Hudson, o que por si só já é uma delícia – ventinho no rosto num barco em pleno verão é sempre bom. O barco leva mais de 2 horas num passeio que passa por todos os marcos da Cidade à beira d’água. Pontes, arranha-céus, a tal Estátua.
Vemos o Distrito Financeiro e sua Wall Street, coração da economia do mundo. Passamos por Queens, Brooklyn, um pedaço do Bronx. Aprendemos que as construções mais altas em Manhattan estão condensadas em 2 áreas principais, nas pontas – no centro da ilha, o solo não permite que grandes arranha-céus se sustentem (embora “grandes arranha-céus” aqui tenham uma conotação completamente diferente que no resto do mundo não-verticalizado).
Entre o Hudson e o East River
Aprendemos também que Manhattan é circundada pelo rio Hudson e pelo estuário do Leste. Porque ele não é um rio de verdade, embora pareça e assim seja chamado (o East River).
E há bizarrices pelo passeio. Inúmeros faróis, que antigamente marcavam o caminho para a entrada naquele emaranhado fluvial, e que hoje são apenas pontos pitorescos – a Cidade os engoliu.
Um deles fica em cima de um prédio – devia ser dos mais iluminados no longínquo tempo em que o caminho precisava ser iluminado para se chegar na Cidade.
E há detalhes. Inúmeros, a cada janelinha que nos espia. NY tem várias histórias a cada andar (e você tem que ser muito maluco para querer ouvir e digerir todas. Contente-se: não dá, simples assim.).
De onde vem a energia de Nova York
Vimos também de onde vem a energia da Cidade – literalmente. Uma das termelétricas que mantém viva NY está ali, jogando poluição no ar.
Próximo a ela, o prédio do Citigroup, cuja idéia inicial era que fosse 100% eficiente de energia, via um gigantesco painel solar no teto – a idéia micou pelas metades da construção. Sinto uma certa ironia vendo termelétrica antiga e engenheiração da energia tão próximos um do outro. Tomara que a termelétrica vire um dia um Centro Cultural ou algo que o valha. Tomara que os arranha-céus da cidade um dia funcionem à base de painéis solares de verdade.
Ao fundo da ilha de Manhattan, outra surpresa: um paredão verde. Uma encosta de vegetação estuarina, preservada (?). Para quem acha que verde em NY é só no Central Park, vale conhecer o backstage da Cidade, cujo verde é bem mais intenso e denso.
Conclusões de uma volta em Nova York
O passeio termina de volta ao píer 42, em frente da Embaixada Chinesa. E prova-se aos iludidos pela urbanidade que, sim, Manhattan é uma ilha. Aliás, você pode dar a volta completa ao redor dela.
Mais: a cada ângulo, a Cidade nos revela uma nova faceta. NY é uma ilha cercada de infinidades por todos os lados. NY não termina nunca, mesmo.
Tudo de bom sempre.
P.S.
- Milhões de agradecimentos à Marcie, ao Mau e ao Oscar pela companhia neste passeio delicioso e imperdível para qualquer um que visite NY!
- Os posts definitivos sobre este passeio, com dicas, preços e informações mais detalhadas e menos maionesísticas, você encontra no blog do Riq.