Na quarta-feira passada foi o Dia Mundial da Água, uma data em que, na atual conjuntura do planeta aquecido, é mais que necessária. Infelizmente, não temos muito a comemorar. Afinal, as previsões são muita turbulência: as mudanças climáticas vão bagunçar – ou melhor, já bagunçam – todo o ciclo da água na Terra. Várias regiões sofrerão com mais secas, enquanto outros locais terão chuvas e enchentes mais intensas. Sofrerão, não: já sofrem.

Afinal, estamos presenciando pelo mundo o resultado turbulento e cruel de secas prolongadas: conflitos na Síria, na Somália, no Quênia, no Iêmen, entre outros. Fora os conflitos “em potencial”, como a ameaça à economia do delta do Rio Mekong, o sustento diário de milhões de pessoas no Vietnã, ou à produção de alimentos de Bangladesh, que ameaça a vizinha Índia.
(Eis um artigo do PNAS que discute a relação perigosa entre mais seca e mais conflito, principalmente em regiões pouco desenvolvidas do mundo. Sugiro a leitura.)
Quando eu era criança, ouvia sempre meu pai comentando nas rodas de bate-papo que “no futuro, as guerras seriam por água”. Não sei de onde ele tirou essa idéia, mas lembro claramente de ser uma constante quando a gente discutia qualquer conflito. Na época, achava aquela previsão assustadora – afinal, ainda não sabia que no passado histórico já se tinha brigado muito por água…
E não é que, pra nosso desespero, esse futuro borderline mad max que meu pai comentava chegou?
Água, sempre.
P.S.
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