Pequenas anotações de viagens virtuais 19

por: Lucia Malla Antigos, Links gerais

Edição 19 da coleção de links gerais da Malla.

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Simply, the best science post I’ve ever read. O über-blogueiro Bora escreveu praticamente um compêndio sobre relógio biológico. Descreveu, comentou e discutiu detalhes inacreditáveis de um artigo fundamental da Cell em formato tão gostoso de ler. Resumindo a história, uma descoberta fenomenal.

“O relógio biológico periférico é apenas um conjunto de células; o marcapasso circadiano é um network de células.”

Há uma diferença fundamental entre ambos. Vocês precisam ler o maravilhoso post do Bora para entender. E, além disso, divertir-se com a incrível analogia da relojoaria de cidadezinha do interior.

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Um estudo publicado recentemente no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism pôs um balde de água fria em um dos tipos de drogas mais promissoras no tratamento de diabetes tipo 2, as glitazonas. A rosiglitazona mostrou ter uma ação significativa na diminuição da formação óssea em mulheres após a menopausa. O que significa mais fraturas ainda, numa idade em que o osso da mulher já fica naturalmente mais frágil. Esperemos por outras confirmações por estudos mais detalhados de como isso acontece, entretanto. (Via Pharmagossip)

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A pequena e provavelmente paradisíaca ilha de St. Lucia, no Caribe, reconheceu Taiwan como país independente. Uma decisão que, então, revoltou (!?!?!?) o governo chinês. A sincera explicação dada pelo ministro das Relações Exteriores de St. Lucia para tal atitude merece ser incluída no rol das frases do ano.

“Support those who give you the most.”

Só pra constar, o Brasil não mantém relações diplomáticas com Taiwan. Provavelmente para não melindrar as relações comerciais e afins com a China. Taiwan é reconhecido como país independente por apenas 24 países, entre eles, os EUA. (Via Marmot’s Hole)

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O projeto TOPP (Tagging of Pacific Predators) tem um blog. Nele, dá updates constantes da localização dos diversos animais marinhos que marcam eletronicamente. Eles já determinaram, por exemplo, que um tubarão marcado na Califórnia nadou até o Havaí e lá ficou por 4 meses, até que voltou ao mesmo local onde foi marcado inicialmente. Fantástico, não?

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E já que o assunto são animais marinhos, não deixe de visitar a página do MySpace de Mr. Leatherback, Purple Lighting, Saphira, Freedom e Windy. Eles não são pessoas, muito menos anônimos da blogosfera. São tartarugas-de-couro, espécie ameaçadíssima de extinção. A inteligente e antenada jogada de marketing ambiental de promover uma corrida entre elas pelos mares do mundo usando os dados de satélite do tagging de cada uma, já arrebanhou vários fãs. Aliás, se tornou uma verdadeira mania virtual nos EUA. Dá-lhe, Dermochelys! Uhú!

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Das incríveis “coincidências”. 8 milhões de tubarões são pescados anualmente na costa oeste da África como “bycatch”. Já cansei de explicar aqui no blog o quão patética é essa desculpa do bycatch. Interessante que no mesmo método de pesca utilizado pelos pescadores africanos, apenas 34,000 tartarugas foram registradas como bycatch, e um número menor ainda de aves marinhas. Será que os tubarões seriam “menos inteligentes” que as tartarugas para se desvencilharem das armadilhas? Conta outra, Pantaleão, porque essa desculpa não colou.

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Das incríveis “coincidências” 2. Nas Filipinas, está acontecendo um outbreak de estrelas-do-mar do tipo coroa-de-espinhos. Cada uma dessas estrelas destrói cerca de 6 metros quadrados de recife de coral por ano. São milhares delas num outbreak. Interessantemente, a Asia Divesite, traz a resposta para tal desequilíbrio numa outra reportagem: o comércio de peixes vivos em Hong Kong. Então ligue os pontos.

PAVV 19 - estrela do mar coroa-de-espinhos

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Uma curiosidade culinária: churrasco brasileiro à la Coréia. Localizado, aliás, em Anyang, perto de onde morei. Fica portanto a dica aos meus amigos brasileiros em Seul.

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E já que o assunto é Coréia, um artigo mostra um primeiro passo (aleluia!) para o fim do monopólio da Microsoft em terras coreanas. Para quem não sabe, tudo na Coréia só funciona em Windows: sites de bancos, governamentais, blogs, etc. Portanto, usar a internet significa unicamente abrir o Internet Explorer, em 99% dos casos. Na época em que estava lá, eu, uma “Mac user” de carteirinha, tive inegavelmente problemas sérios. Não conseguia acessar quase nada via Safari, afinal.

No escritório, instalei o Firefox numa máquina do Windows para tentar driblar essa bizarrice. Mas o Firefox também não abria boa parte dos sites coreanos. Não por falha do Firefox, é claro. Mas por elaboração péssima dos sistemas locais. O que o artigo mostra é que parece que agora um movimento de abertura do mercado começa a engatinhar por lá. Antes tarde do que nunca…

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O grande blogueiro Sergio Leo fez um memorável post em que sutilmente critica a política de turismo do Brasil. Aliás, o deslize intencional no fim é de tirar o chapéu. Ainda conhecerei Brasília para concordar (ou não) com ele sobre pôres-do-sol, though.

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Estou participando de uns “jogos culturais” no shopping aqui perto de casa. Semana passada, todavia, perdemos por uma pergunta. Nosso time não sabia o que significava a sigla IGPM (agora sei, é Índice Geral de Preços do Mercado, calculado pela Fundação Getúlio Vargas). Economistas de plantão, podem portanto puxar minha orelha à vontade. Mas pelo menos, acertamos o país em que foi inventado o volêi. 😛

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Momento confissão. Curto muito Linkin Park, desde “Hybrid Theory”. E através do website oficial da banda, descobri o “Music for relief”. Esta é uma ONG que se preocupa em conscientizar as pessoas dos problemas do efeito estufa. Além disso, ajuda na reconstrução das cidades afetadas pelo Katrina e pelo tsunami da Ásia. Jogada de marketing? Deve ser. Mas pelo menos é um marketing positivo, não-degradante. Por isso, é melhor que nada.

“No more lies/ I wanna shut the door/ And open up my mind.”

Tudo de bom sempre.



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