…Basta virá-lo de barriga pra cima. É assim que cientistas de tubarão fazem quando precisam obter informações (amostras e dados) para suas pesquisas diretamente do animal (coletar sangue, por exemplo). Aliás, a primeira atitude para controlar o animal ainda no mar é tentar virá-lo de barriga pra cima para “amansá-lo”.
Ao ficar de barriga pra cima, muitas espécies, incluindo o temido tubarão-tigre, entram num estado natural de parálise, chamado imobilidade tônica – outras espécies entram no mesmo estado quando tocadas de uma certa forma na cabeça. Não é “hipnose” nem nenhuma outra suposta “paranormalidade” como alguns domadores de tv gostam de alardear. É apenas um fenômeno natural, cerebral, que existe provavelmente como mecanismo de defesa do animal e que traz alterações fisiológicas interessantes. O tubarão fica em média 15 minutos nesse estado meio catatônico. Depois, enfim, volta ao seu estado “alerta” normal.
Como controlar na prática
Nas fotos abaixo, participantes de um grupo de pesquisa se aproveitam desse fenômeno para estudar tubarões. Na água ainda, o animal é virado. Depois então é carregado para o barco/píer, onde é medido e os parâmetros necessários adquiridos (de acordo com o projeto de pesquisa de cada um). Quando o animal sai da imobilidade, volta pro mar. 🙂


O mesmo procedimento para controlar o animal pode ser feito em alto-mar, para estudar espécies de tubarões maiores, como o tubarão-tigre por exemplo. Aproveita-se também para coletar amostras e dados necessários para pesquisa, mesmo que seja de um barquinho. Veja a foto abaixo como exemplo.

E é claro, não tente nunca, em hipótese alguma, virar um tubarão quando encontrá-lo no mar. É um risco muito grande para a pessoa que o faz e constitui abuso. O procedimento para controlar um tubarão deve ser realizado apenas por pessoas treinadas para tal, com fins científicos claramente identificados e pelo menor tempo possível para evitar desconforto do animal.
Tudo de tubarão sempre.
P.S.
- A vencedora do desafio foi a Dra. Luluzita, que falou em dar “carinho” na barriga. É quase isso! 😀 Parabéns, Luluzita!