Além de rodovia impressionante, esta talvez seja também das mais perigosas. Mas isso não tira sua dramática beleza. Porque, afinal, na Serra do Rio do Rastro em Santa Catarina as curvas são super-fechadas em aclives/declives acentuados numa curtíssima quilometragem, receita perfeita para acidentes.

A impressionante rodovia da Serra do Rio do Rastro
Mas mesmo assim, a rodovia da Serra do Rio do Rastro não deixa de ser impressionante. É minha rodovia predileta em todo o Brasil, a que mais me emocionou, das paisagens mais dramáticas e mais lindas que já vi. Os penhascos, os rochedos, o fog que parece nunca querer ir embora do paredão… um clima “senhor dos anéis” que eu adoro.
A rodovia SC-438, que cruza a Serra do Rio do Rastro, liga a planície litorânea à serra catarinense. Mais especificamente, liga as cidades de Lauro Müller e Bom Jardim da Serra (que estão a cerca de 220 metros de altitude) a São Joaquim (que está a 1353 metros de altitude). Num curto espaço de cerca de 12 quilômetros, a rodovia sobe (ou desce, depende do sentido em que você viaja) 1100 metros verticais. É coisa pra chuchu.
É tanto, aliás, que fiquei com dor de cabeça imediata na nossa segunda subida para lá. Em menos de uma hora, tal diferença de altitude foi suficiente para começar um pequeno mal da montanha em mim. Mas nada perturbador, já que também não é nenhum Everest, né.
Ziguezague
Nosso trajeto de aventuras pelo sul do Brasil, aliás, lembrou o ziguezague da serra naquele ponto. Estávamos em São Joaquim, em Santa Catarina. De lá, íamos para Imbituba, para ver as baleias francas. Resolvemos descer a estrada da Serra depois de uma passada em seu mirante. A primeira visão daquela estrada, lá de cima, é inesquecível.

Cada curva nos dá a exata dimensão da engenharia e dos perigos. No mirante, há uma lanchonete e um agrupamento de quatis fazem a festa com a turistada, interessados que estão em todo tipo de cheetos e guloseimas que os humanos podem oferecer.
Descemos a serra. Vimos a baleia e aproveitamos Imbituba e a Praia do Rosa. Como o tempo não estava dos mais bonitos no litoral, resolvemos então voltar e subir de novo a Serra do Rio do Rastro. Para rever e aproveitar mais. De volta a São Joaquim.
Mirante dos quatis

Nesta segunda subida, o ar rarefeito me pegou. Mas o sol brilhava lindo. De volta ao mirante, um grupo de estudantes de ciências de uma escola estadual que visitava a região estavam super-interessados em fotografar os quatis. Os animais, por sua vez, faziam pose, sempre na esperança de receber em troca um pouco de salgadinho.

(É claro que esta troca não é nada certa. E a moça da vendinha do mirante pede encarecidamente que não demos nada aos animais. Mas, quem disse que a professora conseguia controlar aquele bando de adolescentes? Professora, aliás, que vi oferecendo também cheetos pros quatis? Exemplos…)

Ficamos um tempão lá de cima, observando a paisagem de um dos pedaços mais bonitos da serra catarinense. Com o céu azul, dava pra ver quase até o litoral, a mais de 100km de distância. Num momento, vimos um pequeno “engarrafamento” num dos hairpins da estrada: os carros precisaram parar para dar espaço para um caminhão conseguir fazer a curva fechada. É praxe nesta estrada situações como esta. Uma viagem.

Como já havíamos visitado São Joaquim, continuamos pelo alto da serra catarinense, dessa vez na outra direção, rumo a Urubici. Que fica pra um próximo post.
Tudo de bom sempre.
P.S.
- O Hélio tem um post bacana sobre a Serra do Rio do Rastro. Nele, ele conta um detalhe ótimo: a iluminação da estrada é feita por energia eólica, vinda de uma turbina instalada no cume da montanha, já em São Joaquim. (A gente vê essa turbina quando chega no mirante.) A rodovia fica ainda mais impressionante e bonita com essa informação. 🙂
- Mais fotos da estrada aqui.
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