Já que estive essa semana na TV durante um programa, nada mais condizente do que ter agora um minuto de um novo comercial. Desta vez, com as ascídias. 😀
A Revista Mergulho desse mês de junho tem uma coluninha minha na seção “Que bicho é esse?”. Falo de curiosidades sobre este animal marinho intrigante e tão pouco estudado.
Como a Revista Mergulho acabou, deixo aí abaixo o texto desta reportagem aos interessados em ascídias.
Tudo de bom sempre.
QUE BICHO É ESSE? A Ascídia Didemnum molle

Parado no fundo do mar, preso a algum substrato, esse animal mais parece um pedaço de caule ou fungo bem colorido. Nada mais errôneo entretanto.
As ascídias são os vertebrados mais simples. Isso mesmo, são parentes longínquos de nós, humanos. Podem ser encontradas vivendo em colônias ou solitárias, dependendo da espécie. A da foto, Didemnum molle, é por exemplo tipicamente solitária. Seu corpo é formado por um grande saco com duas aberturas, o sifão inalatório e o sifão exalador. Este saco é por onde a água do mar passa e é filtrada. As partículas retidas passivamente servem de alimento para a ascídia. O que sobra é então expelido, ajudando na reciclagem da matéria orgânica dos recifes de corais e dos mares do mundo.
Curiosamente, as ascídias também são o único animal marinho conhecido que armazena em células especiais o vanádio, um metal pesado presente em quantidades ínfimas na água do mar – elas chegam a ter 100 milhões de vezes mais vanádio dentro delas que no ambiente ao redor. Um futuro promissor como bioindicador há pela frente…

Entretanto, talvez esse animal pertença ao grupo menos estudado de vertebrados no mar. E embora atraiam pelo estranho formato de seu corpo, ainda são ilustres desconhecidas no ambiente marinho.
Da próxima vez que encontrar uma dessas num mergulho, não menospreze nossas parentes sésseis: aproveite a chance para registrá-la com ao menos uma foto. Nem que seja para mostrar pros amigos depois o quão diferentes elas são…