Este artigo sobre o peixe-sapo foi originalmente publicado na Revista Mergulho número 142, de maio de 2008. Como a revista acabou e o tema é atemporal, deixo então aqui para leitura dos interessados.
Parado no fundo do mar, a aparência é de uma máscara amarela de carnaval, que muito lembra a “Boca da Verdade”, escultura-atração turística de Roma. Mas o peixe-sapo pintado Antennarius pictus usa sua cor atrativa e suas “pintas” circulares como um belo disfarce.

Fica imóvel a maior parte do tempo, porque quer se passar por esponja ou por um nudibrânquio, para enganar os predadores incautos. Além das presas que se atrevam a nadar perto de sua boca sem perceber, atraídos pelo apêndice com isca. Este apêndice é feito da sua própria pele e o peixe-sapo o exibe na cabeça, facilitando sua busca por alimento. É capaz de em seis milésimos de segundo expandir sua boca para um tamanho 12 vezes maior que o normal. Com isso, portanto, abocanha a presa de forma incomparável no mundo animal.
O peixe-sapo-pintado habita os recifes de corais dos oceanos Índico e Pacífico. Permanece na areia quando jovem e próximo às áreas coloridas do recife, onde as esponjas estão, quando adulto. Os indivíduos da espécie A. pictus têm tamanho máximo de 30 cm. Além disso, podem ser de cor variada: amarela, laranja, vermelha, rosa, marrom ou preta. Vivem solitários, provavelmente como parte da estratégia adaptativa de disfarce. Suas nadadeiras imitam “membros” rastejantes.
É um peixe de interesse aquariofilista por ser inofensivo e de comportamento pacato. Entretanto, não se reproduz em cativeiro. Mas também, com essa carinha “bonita” que só a mamãe peixe-sapo gosta, quem não vai querê-lo num aquário?
P.S.
- Este peixe-sapo foi, além disso, o protagonista da primeira Sexta Sub do blog.
- A foto é de um mergulho no point de Masaplod, em Dumaguete nas Filipinas. Eis o relato aqui no blog deste mergulho.