Na semana retrasada quando estive na Califórnia, passei rapidamente por Santa Monica para visitar a minha loja predileta (consegui sair sem comprar nada, mas ah…). De quebra, vi pela primeira vez este sinal histórico, que fica numa praça perto do mar, indicando que ali é o final da famosérrima Route 66, que atravessa os Estados Unidos vindo de Chicago e termina ali, na beira do Pacífico.
(Por coincidência, há uns meses reli “On the road”, do Jack Kerouac, uma obra-prima da vida roadie, um clássico das viagens de sopetão e da cultura beatnik, onde o que importa é o ar batendo no rosto e o cheiro de lugar novo, de curvas e asfalto nunca antes explorado. Um livro que me espanta pela densidade e genialidade, pelo ritmo e pela forma. E pela quantidade de vezes que eles atravessam os Estados Unidos em todos os sentidos. Just don’t give a damn.)
Isso tudo pra dizer que mal cheguei da Califórnia, com um monte de coisas pra fazer, e daqui a 2 semanas já viajo de novo, desta vez uma viagem mais elaborada, em que preciso me preparar melhor, também a trabalho. Então nesse período entre-viagens (e enquanto escrevo dois artigos, desfaço mudança (mudamos de casa aqui no Havaí mesmo), preparo apresentações), o blog vai ficar um pouco mais parado. A Sexta Sub eu prometo toda semana, mas mais que isso até meados de junho vai ser complicado. Sei que o vício de falar abobrinhas aqui é maior, então pode deixar que eu dou um alô de vez em quando contando alguma bizarrice ou relembrando uma viagem passada ou mallificando pra dar um oi. 🙂
Eu diria que meu próximo destino é diametralmente oposto à cultura beatnik de Kerouac – mas ao mesmo tempo, tão… transgressor aos nossos olhos. Alguém não-verbeatnik arrisca onde seja?
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Numa outra nota, me prometi fazer uma pequena avaliação da minha experiência viajando só com o iPhone. Ele foi minha máquina fotográfica na Califórnia. Em tempos que se paga (25 dólares!) para despachar uma mala, queria ser o mais compacta possível na minha arrumação de mala. Se pudesse viajar com apenas um pequeno gadget de bolso que funcionasse bem como câmera, sem precisar levar outro fio/recarregador, seria a solução perfeita. (Falando em compactação, leia as dicas de quem viaja muito sobre como arrumar sua mala para 10 dias.)
Quis testar se a câmera segurava o tranco de fotografar uma viagem, onde a cada momento você quer registrar algo novo. Quis também fazer este teste numa viagem “café-com-leite”. Então nada melhor que a Disney, um passeio que não me interessava tanto: caso o iPhone não prestasse, pelo menos não me preocuparia tanto.
Ou seja: praticidade x qualidade.
Minha avaliação é: não quero viajar no futuro só com o iPhone (a não ser por emergência). As limitações da câmera para fotografar à noite me frustraram muito. Na Disney, as minhas melhores fotos foram tiradas pela minha colega de trabalho, que me passou depois. Ou seja, se não tivesse alguém com uma máquina de verdade (mesmo compacta!) para me “socorrer”, não ia ter registro decente da Disney.
Eu tenho o app de Photoshop no iPhone, e mesmo assim, as fotos não prestaram. Porque há um desvio de tonalidade na tela do iPhone que irrita. A câmera do iPhone tende a carregar no magenta e você não percebe isso na tela do próprio iPhone. Então chegando em casa, tive que reajustar as cores de todas as fotos, uma a uma – porque dependendo da iluminação havia mais ou menos magenta, não dava pra fazer um batch de processamento no Photoshop.
(Imagino que a falta de zoom, outro problema da câmera, deva ser suplantado pela existência de algum app que faça zoom. Assim como o flash noturno. Não baixei nenhum app novo a não ser o Photoshop. Quis testar a câmera no mode “roots”.)
A praticidade de usar o iPhone, entretanto, é enorme. Cabe no bolso, não precisa de capinha nem grandes cuidados – é um celular, afinal. Ao tirar a foto, você já pode upload no twitpic e compartilhar com os amigos. É gostoso isso.
Entretanto, a bateria não aguenta um dia inteiro de fotografia no meu ritmo de clicagem e twittagem. Na Disney, minha bateria acabou no meio da Parada do Fim de Tarde – e as fotos da tardinha e noite em Downtown Disney foram todas feitas pela minha colega. Já no dia em que fui pra LA, a bateria acabou no topo do morro onde fomos para fotografar o famoso sinal de “Hollywood”. Tive que amargar passear por Hollywood sem fotografar – o que não deixou de ser também uma interessante experiência.
Enfim, câmera do iPhone em viagens malla: esqueça. Para mim, não valeu trocar o registro da viagem pela praticidade. Os momentos em que eu queria um pouco mais da câmera para uma foto melhor foram muitos. Agora é preparar a máquina de verdade para a próxima viagem. E que venha o malabarismo para fazer caber tudo na mala. 😀
Tudo de bom sempre.