Hoje é meu último dia com 29 anos. Estou ainda curtindo o resto que me falta dos meus “20 e poucos anos”. Não quero de forma alguma largar essa década mágica, que muito me ensinou.
Estou reflexiva, pois chegar aos 30 era uma idéia muito remota em minha mente – e acho que nunca me preparei para tal dia. Mas ele está chegando, finalmente.
Posso dizer que durante meus 29 anos de estrada, minha vida tem sido comum, como a da maioria das pessoas: alegrias, tristezas, perdas, glórias, aprendizado, micos. Muitos micos. Uma vida como outra qualquer. Uma vida vivida intensamente.
Parte pequena dos meus sonhos se realizou, outra grande parte ainda está rondando por aí, em algum recanto do meu subconsciente, esperando o momento para dar o bote.
Sem dúvida, viajei muito – física e mentalmente. Entrei nos 20 anos em 19/dez/1994, em Viçosa, MG, onde fazia faculdade. Na época, uma menina imatura e ridícula, que achava que podia mudar o mundo aos gritos de “Viva o DNA!“. Uma sucessão de 10 alegres aniversários depois, encontro-me do outro lado do mundo, nos confins da Coréia do Sul. Ainda acho que às vezes sou ridícula e imatura, mas fazer o quê? Talvez isso faça parte de mim mesmo, e mesmo com 80 anos, ainda me ache ridícula e imatura. E gritando: “Viva o DNA!”.
Pus meu pé em 4 continentes, além de ter conquistado os ares e os mares, da forma que queria. Morei em lugares inusitados, perdi para o tempo uma criatura muito amada, quase perdi outra – que por sorte se recuperou bem. Conquistei amigos diferentes, reforcei amizades inabaláveis. Conheci o amor verdadeiro. Nesses 10 anos, fui a shows de jazz (e não-jazz!) que sonhava aos 16, ouvi surpresas musicais que me instigaram, dei muita risada e chorei bastante. Vi muito desenho animado e muitos pores-do-sol. Tomei muito café e comi muita maionese – bom, acho que isso não mudará muito. Em síntese, VIVI o que deu para viver, dentro das minhas limitações.
E esse aglomerado de células que juntas chama-se “EU”, será que já começou a viver nos 30, antes de mim?
Tudo de bom sempre.