Para os amantes de cidades, metrópoles e todos os aspectos de uma urbe imensa, visite Hong Kong. Ou para os que querem segurança e eficiência numa cidade, visite Hong Kong. Ou para os que dependem de uma natureza exuberante e bela por perto, visite Hong Kong. Ou para os que gostam de comer bem, visite Hong Kong. Ou para os arquitetos, urbanistas, amantes dos trópicos… Visite Hong Kong.
Precisa dizer mais? A cidade é incrível. Eu me apaixonei por Hong Kong, e foi amor à primeira vista. Minha sensação? Um Rio de Janeiro menor, sem violência e bem organizado. Organização inglesa, diga-se por certo. Embora a cidade não seja enorme, tem espírito cosmopolita no melhor sentido da palavra.
Hong Kong vertical
Chegamos em Hong Kong num dia ensolarado. E a visão da janelinha do avião já prometia, porque a paisagem natural da ilha era fantástica. Primordialmente, parecia uma pequena Angra dos Reis com ilhotas e praias recortadas. Mas é quando você desembarca naquele aeroporto modernérrimo e se encaminha para o centro da cidade que percebe o quanto Hong Kong é uma cidade especial. Hong Kong é vertical.
Cercada de verde e morros, os arranha-céus cortam o visual. É o conjunto de prédios mais bonito que já vi, todos de arquitetura e design arrojado, funcionais, e disputando à noite qual deles faz o melhor show de iluminação. E que show na noite do Ano Novo Chinês! Luzes de todas as cores, prédios mudando de tons, uma pintura em monumentos de vidro e aço refletida nas águas da baía de Victoria.
A Liliana, um doce de pessoa que morou por mais de um ano nessa “Cidade Maravilhosa da Ásia”, mandou um email com uma lista do que seria fundamental fazer em poucos dias. Não deu pra fazer tudo por falta de tempo. Mas pelo menos a travessia à noite pela baía de Victoria para o Kowloon vendo os prédios iluminados… Ah! Isso fiz, e recomendo a todos! Respirar a brisa do mar de modernidade…
Subida ao Pico Victoria e caminhada na Rua Des-Voeux
Das atividades recomendadas pela Liliana, também conseguimos fazer a subida ao Pico Victoria (ou Victoria’s Peak) pra ver o pôr-do-sol. Além de andar em uma trilha por lá atrás dos melhores ângulos fotográficos da cidade. A subida nas escadas rolantes entre a cidade baixa e a cidade média, a caminho do Victoria’s Peak, e os passeios de barco pela marina são definitivamente perfeitos para um tour fotográfico.
Fomos também à rua Des-Voeux. Esta famosa rua possui lojinhas de produtos exóticos/medicinais chineses. Fomos à la repórter-denúncia: atrás de barbatanas, afinal. Mas vimos nas prateleiras cavalo-marinho seco, chifres dos mais diferentes animais, inúmeros tipos de cogumelos, abalones, pepinos-do-mar à venda… Enfim, um mar inteiro de bizarrices gastronômicas para satisfazer o exigente mercado honkonguense (isso aí tá certo em português?).
Diversão no Ocean Park
Também fomos ao Ocean Park, um centro de lazer aquático do outro lado da ilha. O parque tem uma montanha russa instável como aquelas de parquinho em cidade do interior. Esse parque vale a pena pela harmonia de todas as edificações com a vegetação do morro. O parque ocupa o morro inteiro, afinal.
E pelas escadas rolantes gigantes que nos levam até o topo do morro, um ótimo exemplo de eficiência urbanística. E pelos diferentes aquários, com peixes de todos os tamanhos e modelos. Havia exemplares de peixes vindos das águas de todos os lugares tropicais do planeta.
Organização da cidade
Organização não falta em Hong Kong. Acho que, por exemplo, os administradores do Rio deveriam passar um tempinho por lá. Para aprender a construir em morros sem destruir a vegetação. Ou para observar como organizar uma cidade em níveis sem caotizar o trânsito. Em Hong Kong o trânsito flui tranqüilo, pelo menos no período em que estive. Acho que devido aos pedestres andarem muito em passarelas especiais. O que por conseguinte diminui o número de semáforos/sinais para os carros e agiliza o tráfego.
Eu poderia continuar desfiando um mundo de palavras aqui, descrevendo cada minuto mágico e delicioso pelas ruas de Hong Kong. Mas só passei uns poucos dias. Portanto, minhas impressões de turista casual são poucas. Aprofundamento no assunto, quem quiser, enfim, deve visitar o blog da Liliana. Lá, dê sobretudo uma lida meticulosa e com carinho nos excelentes textos dela, no tempão de experiência nessa pérola de cidade que ela teve.
E no fim fica a pergunta: em Hong Kong, eu estava mesmo na China? Tirando pelos letreiros em chinês, contudo, mal dava pra perceber sinais da velha China comunista. Pessoas de todas as etnias, lojas de todas as grifes famosas e caras, custo de vida alto, ônibus e bondes de 2 andares… Pois os britânicos souberam direitinho colonizar e modernizar o velho entreposto comercial deles. Mesmo depois de devolverem aos chineses no fim da década de 90, o capitalismo do lugar não tem volta. É fato, e a China de Mao que se adapte enfim a ele.
Tudo de bom sempre.
P.S.
- A culinária de Hong Kong é um capítulo à parte em qualquer texto sobre a cidade – de ninho de passarinho à bexiga de urso, come-se de tudo exótico por aqui. O sabor? As comidas que provei foram todas deliciosas com aquele tempero chinês acentuado: noodles frito, carnes agridoces, frutos-do-mar bem feitos. NÃO comi sopa de barbatana de tubarão, a iguaria mais valorizada do mercado. Custa mais de 100 dólares um prato. Afinal, vai contra os meus princípios eco-bio-político-tubaro-humanísticos.
- No dia 09/fevereiro, pleno Ano Novo Chinês, teve o jogo/pelada/treino de luxo Brasil X Hong Kong (placar 7 X 1). Com Ronaldinho Gaúcho ídolo máximo e a estréia de Robinho. Não consegui assistir. Ingressos a mais de 200 dólares/pessoa, realmente fora do orçamento. Foi melhor gastar muito menos e assistir num bar, tomando cerveja, comendo nachos… E dando risada com os honkonguenses a cada gol do Brasilsilsil.
- Para saber mais sobre por que não devemos comer sopa de tubarão, clique aqui.