Lá pelos idos de 2005, quando eu ainda estava na Coréia do Sul, o Flávio Prada uma vez me perguntou pelo MSN por pura curiosidade como era a minha rotina de trabalho no laboratório. Ele dizia que queria ter idéia de quais eram as atividades diárias envolvidas num trabalho na ciência. Na época, contei pro Flávio um pouquinho do meu cotidiano laboratorial, mas fiquei com essa formiguinha no pé da orelha me sussurrando: “escreva um post no blog sobre isso.”
Infelizmente, deixei essa idéia de lado à medida que o tempo foi passando.
Eis então que nesse mês de janeiro, o Roda de Ciência decidiu exatamente discutir sobre a rotina dos cientistas – principalmente de nós, colaboradores do blog. Há uma miríade de áreas abrangidas pelos colaboradores da Roda (de física a jornalismo científico). O resultado final pode ser bem interessante, se todos colaborarem. No entanto, ao pensar sobre o tema, esbarrei numa questão simples: qual rotina descrever?
Porque afinal eu já rodei em várias áreas e laboratórios diferentes pelo mundo, e não houve uma rotina única seguida o tempo todo. É claro, há o geralzão, mas as nuances são pungentes, e talvez elas é que sejam interessantes de serem relatadas quando se trabalha com tantas pessoas e aspectos diferentes.
Então eu resolvi escrever uma pequena série de posts sobre como foi e tem sido minha rotina na ciência nos diversos ramos e lugares por onde passei. Basicamente, o que fiz nos labs da vida. Quero principalmente deixar registradas as memórias que me marcaram em cada uma dessas experiências. Não vai dar pra contar tuuudo, tintim por tintim… Mas vou me esforçar para pelo menos incluir eventos que de alguma forma me marcaram. No mais, será apenas um diarinho de cada experiência, sem tentar entrar em muitos detalhes bioquímicos. Espero que seja interessante.
Amanhã inicia-se então um passeio pelo meu cotidiano científico. Peguem suas pipetas e apertem os jalecos: o giro da Malla pela ciência vai começar.
Tudo de bom sempre.