Última atualização do post “4 dias em Oahu, Havaí”: 1/dezembro/2019

Bastou o Riq mencionar em seu blog meu post de dicas da Big Island que recebi um email muito parecido da leitora Cristiana, pedindo dicas havaianas. Desta vez para Oahu, a ilha em que moro. Mais: a viagem é a realização de um sonho da Cris. E com sonho, não se brinca…

Então decidi escrever um post com minhas dicas para uma viagem em Oahu. Para compartilhar com todos que por aqui passam. Vale mencionar que muitas das dicas podem estar mais detalhadas pelos posts da categoria “Havaí”. Além disso, minhas dicas têm viés marinho, claro. Então vamoquevamo.

Como é Oahu?

Oahu é a ilha mais populosa do arquipélago havaiano e onde fica a capital do estado, Honolulu. É a ilha que mais recebe turistas. É também a que tem melhor estrutura hoteleira e gastronômica, com o melhor transporte público no Havaí. De tal forma que é também a mais agitada e a menos “paradisíaca”, devido à quantidade de pessoas que moram ali. (E carros que você encontrará onde for.)

Os moradores desfrutam de vantagens e podem apresentar carteira de identidade havaiana e ter desconto em boa parte das atrações (kama’aina rate). Entretanto, para o turista, prepare o bolso: a ilha é cara. Prepare-se também para uma viagem mais urbe.

Ou não. Primordialmente, isto dependerá das suas escolhas de passeio. Há lugares um pouco mais isolados mesmo em Oahu, mesmo com todo o trânsito e gente.

Chegada em Oahu – Havaí

Leia aqui quais os melhores vôos para se chegar em Oahu.

Você chegou no aeroporto de Honolulu. Os grupos de turistas geralmente são recebidos com leis (colares de flores), para reforçar o conceito de “ilha da fantasia” que a maioria busca quando vem ao Hawaii. Este é um serviço que algumas empresas oferecem – incluindo a minha. Portanto, aconselho planejar.

Desde que me mudei para cá, entretanto, faço questão de manter a tradição dos leis quando recebo a visita de amigos. Porque ganhar flores (ainda mais em colares!) nunca é demais. Eu adoro.

Teste um roteiro condensado para visitar Oahu em 2 dias.

Para sair do aeroporto

• ônibus 19 ou 20, que vai direto pra Waikiki;
• táxi – a corrida até Waikiki fica em torno de $40 dólares, sem contar a taxa da mala;
• alugar um carro – Se você é do tipo viajante independente, esta é em suma a melhor forma para visitar a ilha ao seu ritmo;
• uber/lyft – o preço varia de acordo com a demanda.

Onde se hospedar

O hotel que a Cristiana escolheu, o Aqua Waikiki Wave, fica no burburinho de Waikiki, bem perto do Beachwalk (complexo de lojinhas e restaurantes). Mais uma vez, prepare o bolso. Tudo em Waikiki é mais caro.

Veja meu guia completo de hotéis em Oahu.

Se você quer economizar no que for, vai ter que sair de Waikiki para achar um preço menos “turista”. Por exemplo, um maitai no côco custa ~20 dólares no bar do Pink Hotel. O mesmo drink pode custar 12 dólares num bar qualquer no Downtown. As lembrancinhas que estão à venda em Waikiki nas lojas ABC você provavelmente encontra no WalMart (perto do Ala Moana Shopping Mall) pela metade do preço.

Dia 1 em Oahu – Havaí

No primeiro dia de chegada em Oahu, eu sugiro um “descanso” na praia de Waikiki mesmo. Porque em geral as pessoas chegam aqui cansadas da viagem longa aérea, com jetlag etc. Então, nada melhor que um banho de mar com um vulcão ao fundo na paisagem para revigorar. Pode andar até Ala Moana também. Curtir a praia e ver o pessoal canoando, surfando, etc.

Se você tem fôlego (e tempo), entretanto, faça a trilha da cratera do vulcão Diamond Head. A entrada para a trilha é dentro da cratera, e o valor do ingresso é de $5 dólares por carro. A subida leva cerca de 1 hora. Leve bastante água e chapéu para se proteger do sol.

Visita ao Punchbowl

À tarde, se quiser fazer um passeio light, vá ao cemitério de Punchbowl. No Punchbowl estão enterrados os soldados de Pearl Harbor e de outras guerras americanas. Muita gente acha bizarro eu sugerir um cemitério. Mas é que o Punchbowl é um parque-cemitério, sem atmosfera austera. Principalmente, fica dentro de uma cratera vulcânica e lá de cima, tem-se uma vista ótima da cidade de Honolulu. Dentro do cemitério, há também um memorial em painéis sobre as diversas etapas da guerra no Pacífico, o que não deixa de ser instrutivo.

Depois do Punchbowl, pode descer pro Aloha Tower, em downtown. Assim, ver os peixinhos do píer e pegar um dos passeios de barco pra ver o pôr-do-sol no mar. É uma experiência calmante.

Onde comer em Honolulu

À noite, Waikiki tem diversos bares e baladas. Além disso, há o International Marketplace, que funciona até às 10, cheio de lojas de grife e restaurantes bacanas (prepare o bolso).

Se quiser jantar algo mais havaiano, pode seguir pelo Ala Moana Boulevard e tentar o Highway Inn, que é um restaurante de comida havaiana deliciosa a preços módicos. Outros novos restaurantes ótimos em Waikiki e em Honolulu você encontra nesta lista. Por fim, se estiver a fim de poke, eis uma lista dos melhores da cidade.

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Dia 2 em Oahu – Havaí

Gosto de sugerir aos meus amigos que comecem a visita a Oahu pelo lado leste da ilha.

Em primeiro lugar, passem a manhã em Hanauma Bay snorkelando. Aprecie o aquário natural magnífico que o local é, curtindo cada centímetro de recife de coral. Pelo menos umas 2 horinhas ali já te deixarão mais leve.

Pelas praias do leste de Oahu

Depois disso, pegue o carro e continue dirigindo na direção leste, parando nos pontos cênicos. De dezembro a março, é provável se avistar baleias jubarte. Há diversas praias e cenários de tirar o fôlego. Para mim, esta é a costa mais bonita da ilha.

Particularmente, gosto de parar em Makapu’u. Ali, há um farol do lado direito e a vista da Rabbit Island na frente. Makapu’u tem também uma trilha de acesso ao farol. Esta trilha começa no estacionamento do parque, antes do grande penhasco. É uma trilha simples, que, com toda certeza, dá pra fazer sem stress em menos de 2 horas, curtindo cada parada.

Antes de Makapu’u, há Sandy Beach. Ambas são praias de bodyboard e bodysurf – o nosso “jacaré”. Se você viaja com crianças e quer visitar um parque, perto de Makapu’u fica o Sea Life Park. O Sea Life Park tem vários animais marinhos, inclusive tartarugas e golfinhos. E um luau divertido.

Mais pra frente fica Cockroach Bay, onde os havaianos gostam de brincar de surfe. Se você curte coisas mais “roots”, almoce em Waimanalo um tradicional hulihuli chicken. Como Waimanalo é praticamente a última praia do lado leste, se você já saiu de Hanauma Bay com fome, não vale a pena esperar. Almoce algo em Hawaii Kai mesmo. E depois, prossiga pro resto do lado leste.

Dia 3 em Oahu – Havaí

Dia de visitar o North Shore – e North Shore é sinônimo de surfe, o esporte havaiano por excelência. Saia cedinho de Waikiki, para aproveitar ao máximo. E lembre-se: ondas gigantes, só no inverno. Se você visita o Havaí no verão, vai poder nadar em todas as praias no North Shore sem problemas.

Veja meu guia completo para visitar o North Shore de Oahu.

Há dois caminhos pro North Shore. Contudo, a escolha de como ir depende do que você quer ver mais.

a) Caminho 1

É mais direto. Você pega a rodovia H1 sentido oeste, depois a H2 sentido North Shore. A H2 cruza a ilha pelo centro, num trajeto de 1h sem trânsito. Desemboca em Hale’iwa, a cidade histórica do North Shore.

Haleiwa tem um centrinho simples e bacaninha. Do píer de Hale’iwa saem excursões para ver tubarões. Este passeio precisa, entretanto, ser reservado com antecedência de pelo menos 24h. Em Hale’iwa, antes de mais nada, dê uma paradinha na Surf & Sea. Esta foi a primeira loja de surfe do estado. Pare ali só pra entrar no clima surfista do local.

As 7 milhas mágicas

De Hale’iwa para o norte, começam as praias famosas, conhecidas como as 7 milhas mágicas. Só há uma rodovia que liga todas as praias do North Shore, a Kamehameha (Kam) Highway. Esta rodovia só tem uma faixa. Portanto, nos fins de semana, é comum engarrafar. Tenha paciência, afinal; você está no Havaí.

A primeira praia na Kam é Turtle Beach – ou Laniakea. Nesta praia, um grupo de voluntários toma conta diariamente das tartarugas-verdes que moram na baíazinha e vêm tomar sol na areia.

A segunda praia é a meca do surfe, Waimea Bay. Eu gosto de Waimea no verão, quando dá pra fazer snorkel. Atravessando a Kam highway em Waimea, há um parque com cachoeira, o Waimea Falls. Se você curte cachoeiras, vale visitar, mas se o tempo é curto, o local é dispensável.

Depois de Waimea vêm duas prainhas que também são ótimas pra snorkel no verão: Three Tables e Shark’s Cove. Em Three Tables, praticamente na beiradinha a gente já vê um monte de peixes, lulas e o recife de coral.

Ambas também são points de mergulho com cilindro no verão. No inverno, nem sonhe em entrar no mar sem uma prancha e confiança extrema em manobrá-la. Porque ondas fortes, correnteza, rochas vulcânicas e fundo de coral não combinam com relax para nós, reles mortais não-surfistas.

A famosa Pipe

A próxima praia é Pipeline (ou Ehukai). Esse é o melhor point pra se apreciar o surfe em Oahu, pois em geral os surfistas estão mais próximos da areia. O mar é violento. O nome Pipeline vem do fato das ondas formarem tubos perfeitos cristalinos, como grandes manilhas. Sempre aproveito que estou em Pipeline e vou comer um pastel de feira num trailler brasileiro, o Crispy Grindz. Mas, é claro, se você acabou de vir do Brasil, isso é dispensável. 😀

Depois de Pipe, chega-se a Sunset Beach. Esta praia é mais aberta. Acima de tudo, é onde eu gosto de tomar sol. 🙂

Almoço no North Shore

Para almoço, o ideal é dirigir até o Kahuhu onde há o tradicionalíssimo trailler do Giovanni’s Kahuku Shrimp. O Kahuku é uma área de produção de camarão e na beira da estrada há uma série de traillers. O Giovanni’s é branco e foi o 1º trailler a aparecer ali. Se o trailler do Giovanni’s estiver lotado, não faça cerimônia. Vá em algum dos outros traillers que vendem camarão pelas redondezas. São também bons. Além do mais, o camarão vem do mesmo lugar, feito (quase) da mesma forma. 🙂

(Dica: O Giovanni’s agora tem também um trailler no centrinho de Haleiwa. O camarão é o mesmo. Entretanto, as filas costumam ser bem mais amenas.)

O Kahuku é a pontinha norte da ilha, portanto, saindo de lá, você começa a “voltar” na viagem ao redor da ilha.

Pode parar em La’ie, para ver um pouco da praia, mas eu aconselho continuar direto e parar no Polynesian Cultural Center (PCC), um parque temático cultural. No PCC você pode passar o dia inteiro, vendo shows de diversas etnias polinésias. E, no fim da tarde, curtir um luau. O bacana do PCC é a oportunidade de aprender a diferença entre as diversas culturas polinésias num espaço relativamente pequeno. Contudo, prepare-se para andar.

b) Caminho 2

Você sai de Waikiki de manhã e pega a Pali highway, sentido Kaneohe. Dê uma parada no Pali Lookout para ver a vista, você não se arrependerá.

Depois entre na Kamehameha highway e inicie sua “viagem” pro North Shore. Vale parar em Chinaman’s Hat para uma nadada. Bem como em Kahana Bay, para apreciar a paisagem. Mas como você está praticamente fazendo o caminho inverso ao (A), vai chegar no Kahuku Shrimp ainda cedo. Sugiro parar e comer, porque aí terá a tarde toda para curtir o North Shore na calma.

Caminho reverso

E como você vem “pelo outro lado”, a primeira praia do North Shore será Sunset Beach. Todas as dicas que dei acima valem, apenas invertido o trajeto. E aí você volta no fim da tarde/à noite pela H2, passando pelo centro da ilha.

(Pode até sobrar um tempinho para parar no Dole Plantation, uma plantação/museu/lojinha de abacaxi que tem um labirinto enorme em formato de abacaxi e que fica na beira da H2. É divertido…)

Eu particularmente prefiro mil vezes fazer o caminho 2. 🙂

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Dia 4 em Oahu – Havaí

Se você curte história, reserve no dia anterior um passeio a Pearl Harbor. O passeio pode levar a manhã inteira, Isto porque, além do Arizona Memorial, você pode fazer o tour completo e visitar outras áreas do parque. Como, por exemplo, o USS Missouri, navio onde foi assinado o fim da 2a Guerra no Pacífico. Ou o submarino Bowfin. Mas, lembre-se: em Pearl Harbor você encontra a perspectiva americana da história. Pearl Harbor ainda é uma base militar, então a segurança é rigorosa na entrada. Não se pode entrar com bolsas nem mochilas.

Curtindo Kailua

Agora, se você ainda não se cansou de praia – e eu nunca me canso, diga-se de passagem… Aconselho a passar a manhã em Kailua, do lado leste/windward da ilha. A rodovia Pali é a forma mais rápida de se chegar em Kailua.

Kailua é uma praia de windsurfe e kitesurfe, portanto, venta bastante. O mar ali é uma delícia, mansinho. Ali, você pode alugar um caiaque e passear pela área.

Logo depois, no canto direito de Kailua fica o acesso a Lanikai Beach, inúmeras vezes considerada uma das praias mais bonitas do Havaí. Hoje em dia, sua areia está desaparecendo, sendo levada por causa do aumento do nível dos mares. Entretanto, a visão das Mokuluas ainda faz da visita um must.

Almoce no Teddy’s Burger, considerado o melhor hambúrguer da ilha por muitos. Embora, eu prefire o hambúrguer do The Counter, no Kahala Mall. Mas, gosto não se discute, se lamenta. 😛

O pouco visitado lado oeste de Oahu

À tarde, em ambos os casos, vale uma visita ao lado oeste de Oahu. Basta seguir a H1 toda vida até ela virar Farrington Road, e continuar seguindo. O lado oeste (ou Waianae) é uma área dominada pelos havaianos tradicionais. Vem, inegavelmente, sofrendo muito com a crise financeira. Há muitos homeless morando nas praias.

Entretanto, ficam ali paisagens lindíssimas, ainda exuberantes e “selvagens”. Como o vale de Makua e o point de surfe mais venerado pelos havaianos roots: Makaha Beach.

Para snorkelar, é fundamental parar em Electric Beach. A praia tem esse nome porque fica em frente a uma usina termelétrica. Tartarugas e um recife de coral maravilhoso – e com sorte até golfinhos rotadores – você encontra facilmente em Electric Beach.

No lado oeste também fica Ko’olina, uma área de resort e apartamentos novos. Gosto de parar lá pra ver o pôr-do-sol da prainha lateral ao resort, mais escondida. No Havaí, as praias são públicas. Então, mesmo aquelas que estão em área hoteleira, podem ser desfrutadas por não-hóspedes.

Tarde de descanso? Aproveite Waikiki

Entretanto, se você estiver cansada de tanto dirigir, pode passar a tarde em Waikiki. Visite, por exemplo, o Aquário. É pequeno, mas muito fofo. Nele, há diversos tanques de fauna do Pacífico e ênfase no ecossistema havaiano. Acho um passeio bacaninha, e que a maioria despreza, infelizmente.

Curta à noite tomando seu maitai de despedida. E não se esqueça de deixar um colar de flores na praia ou na estátua do Duke, no calçadão de Waikiki. Diz a lenda que quem cumpre essa tarefa, um dia volta às ilhas… 😉

É isso aí. Estas são as sugestões  só para ilustrar que geralmente dou aos meus amigos. Eles aparentemente gostam. Pelo menos, ainda não ouvi reclamações diretas. 😛

Tudo de aloha sempre. E boa viagem, Cristiana! 🙂

P.S.

• Clique aqui para roteiros completos em outras ilhas havaianas. (E mais um monte de informações ótimas para uma viagem perfeita ao Havaí.)
• Um adendo. Se você estiver em Oahu numa sexta-feira, assista ao show de dança Hula perto do Hilton em Waikiki. Há shows também no BeachWalk, que é o da foto acima, e outro no Royal Hawaiian Center. Além disso, não deixe de aproveitar o Aloha Friday, show de fogos de artifício que acontece às sexta-feiras. É um dos meus momentos prediletos em Oahu: prelúdio do fim de semana que começa. 🙂
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